sábado, 16 de maio de 2015

SÍNDROME DO CASAL PERFEITO

SÍNDROME DO CASAL PERFEITO
Ana Oliveira - Psicóloga
«E foram felizes para sempre!»
«Até que a morte os separe!»
«São perfeitos um para o outro!»
Estas são frases que ouvimos desde pequenos e mediante as quais vamos construindo algumas ideias da relação de casal.
Sonhamos e suspiramos com este tipo de frases e acabamos por nos deixar contagiar por estes ideais românticos.
Mas, afinal, estas crenças e mitos desenvolvidos ao longo de tantos anos o que representam na realidade? Existem casais perfeitos? É importante para nós ser um casal perfeito? Para quê? Para quem?
Arrisco já responder que, mais do que pensar se existem ou não casais perfeitos, a mensagem mais importante talvez seja que, em vez de censurar e criticar o outro e a relação em si e perdermo-nos no campo do ideal, é importante a aceitação do que tenho e sou e encontrar formas assertivas de interação que satisfaçam ambos.
Todos nós temos expectativas, sonhos e desejos ao construir a relação de casal. Esperamos que exista entendimento, compatibilidade, cumplicidade, partilha, sem discussões, sem conflitos, entre tantas outras coisas. Mas são estas expectativas que muitas vezes geram ansiedade e frustração no casal, pois queremos que tudo seja tão perfeito que acaba dificultando para que tudo corra bem.
Isto poderá acontecer porque as diferenças são encaradas como ameaçadoras e os conflitos/discussões vistos como barreiras.
Cada um destes aspectos deve ser antes assumido como aproximações entre pontos de vista, que sendo diferentes podem-se conciliar aprendizagens, renovações e avanços.
Não devemos temer o conflito e a diferença, mas antes aceitá-lo como crescimento individual e da própria relação, afastando a ideia de que, deste modo, algo não resultará ou que existe falta de amor.
Na verdade, talvez devêssemos mesmo é afirmar «nós somos o casal ideal» (seja lá o que isso for!).
Cada um é o casal que construiu à sua maneira, com a sua gargalhada, o seu choro, o seu cumprimento, o seu rosto, a sua identidade… e na sua essência, ideal!


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