sábado, 20 de fevereiro de 2016

Saber elogiar é tão importante quanto receber um elogio

Por Edson De Paula
Elogiar é saber dar uma resposta para um determinado comportamento positivo, uma maneira assertiva de reforçar as qualidades que as pessoas possuem. Este reforço quando formulado da maneira correta possibilita a continuidade de um bom comportamento, porque ele é encarado como uma recompensa, um reconhecimento.
Quando uma empresa valoriza a transparência nas relações interpessoais e não inibe manifestações construtivas do seu casting de colaboradores, a tendência é um aumento do elo de confiança recíproca  entre estes profissionais e uma melhoria expressiva do clima organizacional.
Quando existe reciprocidade e confiança para dar e receber feedbacks, as pessoas falam de uma maneira assertiva aquilo que sentem e, desta forma, se constrói um clima de confiança mútua.

No ambiente de trabalho esse tipo de atitude – o ato de saber elogiar – precisa ser iniciado pelo alto escalão diretivo e, a partir do exemplo desta liderança, as pessoas vão se contagiando e tomando isso como modelo de referência para o seu comportamento.
Com o tempo, este comportamento passa a ser inserido na cultura organizacional da empresa e, consequentemente, as relações são mais positivas e as decisões, participativas. Essa relação recíproca, de elogiar e ser elogiado, é uma questão de maturidade emocional e isso vale tanto para as relações pessoais quanto para as profissionais.
O ato de elogiar alguém auxilia o reforço de uma relação, não só para aquele que elogia, mas também para aqueles que ouvem o elogio.
Todo elogio deve conter em si a apreciação pelos esforços e contribuições dos seus liderados, promovendo o reconhecimento real e sincero, auxiliando a moldar futuras expectativas daqueles que trabalham no ambiente para também obterem este merecimento.
Cabe ressaltar aqui que um elogio deve ser feito de forma autêntica e transmitido com muito cuidado pelo líder, pois todos nós percebemos quando um elogio é dado de forma artificial, quando soa falso.
O elogio, portanto, deve ser sincero e real, não basta para um líder apenas dizer ao seu liderado “Obrigado!”, “Excelente trabalho”, “Estamos juntos!”, é preciso saber elogiar com gratidão e reconhecimento.
Um elogio deve aproximar e jamais distanciar, o bom líder precisa tomar cuidado para não exagerar na dose de como elogiar um liderado, pois poderá constranger aquele que está recebendo o elogio diante dos demais.
O elogio pode também ser dado de maneira particular ou pública, isso não importa, o que importa é a intenção do ato de elogiar. De preferência, faça o elogio público, pois é uma maneira de estender o aprendizado do elogio a todos que estão ouvindo.
Inicialmente, é preciso começar agradecendo, então agradeça dizendo o nome do colaborador e, em seguida, especifique o motivo deste reconhecimento, descrevendo o que e como foi feito para se merecer o elogio, isso reforça o aprendizado para os demais integrantes da equipe e serve como um modelo, um parâmetro a ser seguido.
Seja honesto ao dar o elogio, o seu liderado deve saber exatamento o porquê você aprecia e reconhece seu trabalho, também é importante que o líder diga o que realmente sentiu pelo ato, tarefa ou comportamento que está elogiando, dizer que se sentiu honrado, que respeita e valoriza esta conduta dentro da equipe.
Não há prazos para se elogiar, elogie sempre que houver um bom motivo, pois o ato de elogiar não custa nada: é um pequeno esforço com um resultado enorme. Lembre-se: saber elogiar é fazer a pessoa que está recebendo o elogio se imaginar diante de um espelho olhando para si com admiração e apreço.





terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

15 satisfações que você não deve (embora acha que deve)

1. Você não deve qualquer explicação para sua situação de vida.

Se você mora com seu ex-namorado ou ex-namorada, se mora em um hotel ou se vive com seus pais, mesmo tendo mais de 20 anos, você não precisa explicar isso para ninguém. Nesse caso, as únicas satisfações que deve são para as pessoas com quem divide despesas ou a quem dá despesas.

2. Você não deve qualquer explicação para as suas prioridades de vida.

Você tem suas próprias ideias sobre as coisas que fazem você e seus entes queridos verdadeiramente confortáveis e felizes, e essa deve ser a sua principal prioridade. Somos seres únicos e nossas escolhas devem ser influenciadas pelo que nos afeta direta e intimamente, e não pelo que vem de fora

3. Você não deve qualquer  pedido de desculpas, se você não está arrependido.

Se você não se arrependeu de alguma de suas ações, se ainda acha que alguém está errado sobre alguma coisa ou não se importa muito com o seu pedido de perdão, você não tem que se desculpar. Muitas pessoas são muito rápidas em oferecer desculpas e tentar consertar feridas que ainda não estão prontas para serem reparadas, o que só serve para agravar a dor e trazer mais problemas. Você realmente não tem que pedir desculpas, se você não está arrependido ou se o seu lado da história não foi ouvido.

4. Você não deve explicação a ninguém pelo tempo que passa sozinho.

Você costuma se preocupar em ser julgado como “rude,” “antissocial” ou “indiferente”, quando você cancela planos ou outras obrigações simplesmente por que você precisa de um tempo sozinho para reiniciar, relaxar ou simplesmente desfrutar de um bom livro? No entanto, passar um tempo só é uma prática absolutamente normal, natural e necessária. Gaste o seu tempo sozinho com confiança, porque você não deve a ninguém uma explicação para isso.

5. Você não deve a ninguém explicações sobre suas crenças pessoais.

Só por que alguém compartilha suas crenças pessoais apaixonadamente com você, não significa que você tem que sentar lá e acenar com a cabeça em aprovação a tudo o que eles dizem. Se você não compartilha suas crenças, é injusto para si mesmo e para a outra pessoa que você suprima os seus próprios pensamentos e sentimentos, e finja que está de concordo com eles. Está tudo bem e é melhor parar e discordar deles graciosamente, em vez de se tornar uma “bomba relógio” de desaprovação e frustrações.

6. Você não deve a ninguém um sim a tudo o que dizem.

Você tem o direito de dizer não quando não há nenhuma razão para dizer sim. Na verdade, as pessoas mais bem-sucedidas do mundo são aquelas que têm dominado a arte de dizer não a tudo o que não é uma prioridade. Reconheça a bondade de outras pessoas e seja grato por isso, mas não tenha medo de recusar educadamente qualquer coisa que leva o foco de seus objetivos e prioridades fundamentais. É assim que você cresce.

7. Você não deve qualquer explicação sobre a sua aparência física.

Você pode ser magro, gordo, alto, baixo, bonito, simples ou qualquer outra coisa, mas você não tem que se explicar para ninguém sobre isso. Sua aparência física é o seu próprio negócio e você deve satisfações sobre isso, apenas a si mesmo. A aparência física não deve determinar a sua autoestima.

8. Você não deve qualquer explicação para as suas preferências alimentares.

Existem certos alimentos que você simplesmente não gosta ou opta por não comer por diversos motivos. Você não tem de explicar a quem quer que seja o motivo de você não ingeri-los. Sua preferência alimentar é um assunto que é melhor deixar para você mesmo. Se alguém importuná-lo sobre por que você está comendo (ou não) determinados alimentos, encolha os ombros e diga que você se sente melhor comendo (ou não comendo) esses alimentos. Nada mais.

9. Você não deve qualquer explicação para a sua vida sexual.

Se as suas relações acontecem com outro adulto e de forma consentida, você não deve explicação a ninguém sobre onde, quando e como você conduz sua vida sexual. Você pode querer esperar pelo casamento, passar apenas uma noite com uma pessoa ou ter experiências com o mesmo sexo. As decisões são suas, assim como as consequências delas.

10. Você não deve qualquer explicação para a sua carreira ou opções de vida pessoal.

Às vezes, as circunstâncias nos obrigam a escolher entre o trabalho e “ter uma vida.” A decisão nem sempre é fácil, e você pode acabar escolhendo o trabalho, não por que você não se preocupa com a sua família ou vida social, mas, por que você está trabalhando em algo que vai lhe dar segurança no futuro. De qualquer maneira, você não deve a ninguém, que não esteja diretamente influenciado por sua decisão, qualquer explicação.

11. Você não deve qualquer explicação sobre as suas opiniões políticas ou religiosas.

Se você é um democrata, republicano, católico, protestante ou muçulmano, isso é uma escolha pessoal.  Se alguém não pode aceitá-lo pelo que você é, provavelmente não é seu amigo.

12. Você não deve explicação a ninguém para ser único.

Se você não se encaixa em algum padrão social, isso não é dá conta de ninguém. Ser solteiro, por exemplo, não é nenhum transtorno de personalidade. Você é livre para estar em um relacionamento ou não. Além disso, você é muito mais do que o seu status de relacionamento. O importante é que você se sinta bem com suas escolhas.

13. Você não deve ir a um encontro só por que a outra pessoa quer.

As pessoas podem ser agradáveis, terem boa aparência e você pode até estar um pouco interessado, mas você não deve a elas um encontro só por que elas pedem. Se você sentir que, no fundo, não quer ir a algum lugar ou ocasião, não vá.

14. Você não deve qualquer explicação para a sua decisão sobre o casamento.

Se vai ou não optar por se casar e ter filhos, ou ficar solteira e ser “livre de crianças”, isso é uma decisão pessoal. Mesmo a sua mãe, que está morrendo para ter os netos, deve entender que o casamento é uma decisão pessoal e pode não ser adequado para todos. Ela deve respeitar a sua decisão sobre o assunto, não importa o quão difícil seja.

15. Você não deve qualquer explicação para as suas escolhas de relacionamento.

Às vezes, as pessoas fazem comentários inapropriados sobre o seu relacionamento romântico. Você pode ouvir comentários como: vocês não formam um “casal perfeito”, ou você deve encontrar alguém e não ficar só. Viva a sua vida e nunca, nunca saia ou fique em um relacionamento só por que alguém diz que você precisa. Cometa seus próprios erros, se for o caso, mas, aprenda sempre com eles.



domingo, 14 de fevereiro de 2016

10 lições de vida que você pode aprender fazendo trilhas

Há muito mais nas trilhas do que o estalar dos galhos secos sob os pés, ter a mente soprada pelo pôr do sol perfeito ou sentir a exaustão de um dia de caminhada ser finalmente compensado ao se aproximar de uma vista muito aguardada.
Pergunte a qualquer caminhante e ele vai dizer: a trilha é uma poderosa e ativa força que ensina lições de vida importantes.
A trilha tem uma capacidade inegável de conduzir a verdades simples, mas muitas vezes esquecidas, que atrai os caminhantes à florestas selvagens, os desafia através nas montanhas e trajetos costeiros rochosos e os empurra para fora de suas zonas de conforto.
Aqui estão dez verdades que todo caminhante compreende:
1 – Desacelerar é importante
Se você nunca experimentou o que significa seguir um caminho pelo prazer da caminhada – e não uma corrida louca para chegar ao fim -, você está perdendo um dos prazeres simples da vida.
Caminhar ensina a desacelerar, a observar o mundo ao redor e a ouvir o próprio corpo.
Quando seus pés já não podem percorrer o caminho à frente, você aprende o poder de se delongar e ganha uma nova oportunidade para admitir que nem tudo vai seguir o seu caminho na hora em que você quer.
2 – Perseverar traz recompensas
A vida é como uma longa pista de caminhada. Com muita frequência, nós desistimos de nossos sonhos facilmente, vencidos pelo desânimo ou por algum desapontamento.
Na trilha, você aprende que, enquanto você colocar um pé na frente do outro, você está chegando a algum lugar. “Continuar” é uma lição simples, e quando é aplicada a outros aspectos da vida, pode produzir grandes resultados.
Esses sonhos loucos em que só você – e mais ninguém – acredita, podem se tornar realidade se você apenas perseverar e continuar caminhando em direção a eles.
3 – A natureza é poderosa e ensina a ser humilde
Se você está sofrendo de um ego inflado ou vaidade demais, faça uma longa caminhada.
A natureza é uma força bruta, sem restrições e implacável, que pode tirar o fôlego com a magnificência de uma paisagem ou deixá-lo de joelhos com a crueldade de uma tempestade.
Nas montanhas, onde o tempo muda sem aviso e a vista fica mais gratificante à medida em que você sobe, caminhar é uma lição profunda de humildade e respeito pela natureza.
4 – A solidão pode ser inspiradora
No meio da natureza, você tem a chance de filtrar todo o barulho das pessoas, das notificações do celular e das atualizações das mídias sociais.
Você é capaz de ser você mesmo em sua forma mais simples. Já não é a soma de um monte de expectativas. Em vez disso, você é livre para escolher seu caminho e segui-lo.
A caminhada dá a oportunidade de limpar a cabeça de toda a desordem. É uma lousa em branco para a sua criatividade rabiscar ideias geniais.
Vários caminhantes dizem que caminhar é terapêutico, e os deixa inspirados e reabastecidos com a energia necessária para lidar com os desafios da vida.
5 – Você vai atravessar a ponte quando chegar até ela
A maioria das pessoas passa a vida se preocupando com o conhecido e o desconhecido, deixando, muitas vezes, o entusiasmo e a paixão desaparecerem.
Concentrar-se em coisas sobre as quais você tem zero controle e planejar tudo freneticamente às vezes o impede de dar o primeiro passo em direção aos seus sonhos.
Em uma trilha, não é raro se deparar com um rio que você não sabia que existia, uma ponte de madeira deteriorada ou um percurso de pedras sobre um córrego que você não esperava.
Recusar-se a continuar, correr para atravessar para o outro lado, ou mesmo tentar voltar para onde você começou não é uma opção. Nunca é, mesmo na vida.
6 – Para apreciar verdadeiramente a vida, você deve prestar atenção
A verdadeira satisfação de uma bela trilha reside no próprio percurso. É a espuma branca que abraça a areia, o canto dos pássaros ou as pequenas bandeirinhas coloridas de oração em volta de um templo na montanha.
Você iria perder esses preciosos detalhes, se não estivesse prestando atenção.
As trilhas ensinam a olhar o mundo e a própria vida com os olhos curiosos e atentos de uma criança para que nenhuma pequena alegria seja perdida.
7 – Lar é um sentimento e não um lugar
Os caminhantes sentem-se mais em casa nas trilhas e no refúgio tranquilo da floresta, movendo-se para o ponto de vista seguinte, a travessia do rio ou da aldeia.
A sensação de estar em casa vem da capacidade de ser você mesmo: o foco, a atenção e o poder de sentir-se completamente vivo em cada momento. É este tipo de contentamento que define o lar – e ele não está ao alcance para aqueles que permanecem parados.
8 – Voltas inesperadas podem levar à mudança
Você se encontra em uma trilha já marcada e percebe um caminho estreito levando para outro lado. É o caminho menos trilhado que desperta sua curiosidade e, antes que você perceba, já se aventurou para ele.
Dependendo de quão corajoso e sortudo você é, poderia encontrar-se em qualquer uma dessas situações durante sua caminhada: meditar com monges em um monastério budista remoto, trocar histórias de vida com um pastor ou ir parar em um beco sem saída que levou mais de uma hora em um caminho estreito e irritantemente escorregadio.
O ponto é: você estará mais propenso a experimentar momentos e epifanias de mudança de vida se você está aberto a assumir riscos e a se aventurar fora do caminho batido – algo que você faz naturalmente se for um trilheiro.
9 – O poder da bondade e da gratidão
Mesmo o mais experiente e preparado caminhante pode se perder ou ser surpreendido por uma chuva súbita. Eles descobrem o verdadeiro significado de gratidão quando se deparam com a bondade de um completo desconhecido.
A partir de um mapa desenhado à mão ou uma refeição quente sob um teto para passar a noite, não há escassez de bondade no mundo.
Bondade e gratidão andam de mãos dadas e apreciar seus valores torna a viagem mais bonita.
10 – No final sempre vale a pena
Você nunca vai ver a vista imponente do topo se você não andar muitas milhas difíceis para chegar lá. Isto inclui tomar o caminho errado, ficar sem água, dormir sob as estrelas ou enfrentar o medo de altura.
Nós somos a soma de nossas escolhas, sonhos, aspirações, erros e riscos que tomamos para chegar onde queremos estar.
Nem sempre tomamos as melhores decisões e as coisas deixam de sair como planejamos, mas, no final, tudo vale a pena. Se este não é o sentimento que predomina, provavelmente este também não é o fim.
Escrito por Equipe Eco


Carência afetiva e necessidade de auto-afirmação nas redes sociais

Com a democratização do acesso à internet e redes sociais, foram internalizados novos aspectos comportamentais e agregados novos valores sociais. Através destes contextos,criamos muitas vezes uma realidade pré-fabricada a partir das nossas carências afetivas e emocionais, sendo as redes sociais o grande termômetro da insatisfação e insegurança das pessoas consigo mesmas. Mas… até que ponto podemos nos satisfazer nos reinventando muitas vezes na irrealidade?


Vivemos em uma época em que a maioria dos internautas se classificam nas gerações y e z. São jovens adultos e adolescentes que nos trouxeram mudanças comportamentais a partir de novos paradigmas tecnológicos relacionais, e que as gerações anteriores de uma certa forma foram compelidas a se atualizar.
Com a democratização do acesso a internet e redes sociais, foram internalizados novos aspectos comportamentais e agregados novos valores sociais. Presenciamos as transformações sociais reconfigurando o processo de subjetivação das novas maneiras de se relacionar com o mundo e com o outro.
No entanto, junto às conexões, fotos, selfies e check-ins, podemos concluir que as redes sociais foi o propulsor importante para denunciar a nossa fragilidade egoica. Necessitamos incessantemente da aprovação do outro através dos likes e comentários que elevam a nossa auto-estima. Necessitamos da validação, da aprovação do outro, em busca de convencermo-nos daquilo que não temos certeza em nós mesmos.
Esse olhar perscrutador, avaliador e validativo do outro acerca dos nossos estados emocionais, do nosso sucesso e bem estar nos leva à conclusão de que nós não estamos convencidos internamente daquilo que somos e do que sentimos. Existe uma fragilidade em tudo isto e não foi a internet que desenvolveu. Na realidade estas questões já existiam; a internet foi apenas a ferramenta eliciadora para a eclosão dos conteúdos que presenciamos dia a dia nas redes sociais.
Somos seres gregários e nos realizamos nos relacionamentos interpessoais que nos validam através do olhar do outro e isto além de legitimo, é necessario. No entanto, o que percebo nas redes sociais é uma necessidade premente e constante de autoafirmação, onde percebe-se o movimento de convencer o outro do que ainda não estamos convencidos em nós mesmos. Em outras palavras, as redes sociais é o grande termômetro da insatisfação e insegurança das pessoas consigo mesmas.
Isto é comprovado pelo simples raciocínio de que se não conseguimos nos satisfazer em um nível mais profundo, necessariamente precisamos buscar isto fora.
E’ fato que não somos e nunca fomos e nem seremos auto-suficientes, portanto,não podemos satisfazer sozinhos as nossas próprias necessidades e carências. Precisamos do outro, é do humano. Mas na internet existe uma caricaturização, uma exacerbação do nosso narcisismo.
Sendo assim, as redes sociais “caiu como uma luva” para a insatisfação humana e pra necessidade fundamental do olhar de aprovação do outro enquanto sujeito que necessita ser valorado e reconhecido, causando um aprisionamento desta necessidade constante de criar muitas vezes uma personalidade fictícia, uma realidade muitas vezes mascarada para satisfazermos as nossas fantasias e necessidades profundas.
Até que ponto acreditamos nesta realidade da felicidade constante, dos amores de contos de fadas, em uma vida sem problemas?
Nos afugentamos nas redes sociais para criarmos esta possibilidade. Criamos muitas vezes uma realidade pré-fabricada a partir das nossas carências afetivas e emocionais. Vivemos o que gostaríamos de viver na realidade e isto agora foi possibilitado pela socialização da internet.
…Mas… até que ponto podemos nos satisfazer nos reinventando muitas vezes na irrealidade?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

AFINAL, O QUE É SER INTELIGENTE?


Autor: Isaac Asimov 
Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos.
A média era 100.
Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP – Kitchen Police)
Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente.E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.
Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas,consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha? Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele. Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava.Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos.No fim, ele sempre consertava meu carro.
Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico.
Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico. Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido.
Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal.
A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.
Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez. Ele adorava contar piadas.
Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou:
“Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?” Eu levantei minha mão e “cortei o ar” com dois dedos, como uma tesoura. “Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir”.
Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou:
“Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje.”
“E muitos caíram?” perguntei esperançoso.
“Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar”.
“Ah é? Por quê?”
“Porque você tem muito estudo doutor, sabia que não seria muito esperto”.
E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo.