terça-feira, 29 de setembro de 2015

E então ... quando tudo começou,ela estava ali, grávida.Não sabia o que fazer,não tinha como esconder.Ainda tão criança.Ela e ele somente um pouco mais de 20 anos. Tudo parecia um pesadelo.Contar para as mães.E contamos,a reação de uma foi de aborto.A reação de outra foi de convencer a outra a ajeitar casamento.
E ela tinha uma vida que imaginava que era de princesa. Uma princesa,que trabalhava no comércio,em loja de roupas,num crediário.Que andava a pé da Central do Brasil até a Cinelândia e vice e versa todos os dias.Que saia de casa as 6h e só voltava as 21h. Uma princesa que começou a trabalhar logo assim que completou 18 anos.Enquanto suas primas com mesma idade,cursavam faculdade de odontologia e frequentavam as melhores rodas sociais possíveis.
E ela casou.Casou com ainda uma casa em construção. Uma casa sem banheiro.
A casa da sogra era logo ao lado.
Seu marido trabalhava de segurança num supermercado,logo após ter encerrado temporada no quartel. Serviço Militar obrigatório.
Ela trabalhou por 5 anos no comércio. E ficou trabalhando enquanto a barriga crescia.
Ganhou a licença maternidade no trabalho.Cuidou do enxoval.O pai dela comprou os móveis do quarto do bebê. Bercinho e guarda-roupa.
O bebê nasceu.Uma menina.


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

OLHE PARA TRÁS


Olhe para trás! Está vendo o caminho percorrido? Entre quedas e tropeços, subidas e descidas, momentos bons e ruins, chegamos até aqui.
Vivemos histórias que não pertencem a ninguém mais. Guardamos na memória fatos que máquina nenhuma no mundo conseguirá revelar: fazem parte das nossas lembranças, nossos passos e da pessoa única que somos.
Mas, infelizmente, temos o hábito de guardar cicatrizes do que nos fez infelizes e olharmos como uma lembrança distante e apagada o que nos deu alegria. É possível ressentir uma grande dor com grande intensidade, trazendo à tona as mesmas emoções vividas, mas como é difícil ressentir do mesmo jeito uma felicidade que um dia nos fez vibrar!
O ideal seria inverter as situações. Guardar na pele e na alma cicatrizes do que nos fez bem e nos lembrar do mal sem muita nitidez. Guardar das pessoas o lado bom, o bem que nos fizeram e o que de bom vivemos juntos. Talvez devesse constar com mais freqüência as palavras "perdão" e "compreensão" no nosso dicionário.
De vez em quando, digo, olhe para trás! Mas não se volte completamente. Olhe apenas o bastante para se lembrar das suas lições para que estas te sirvam no presente. Não lamente o que ficou, o que fez ou deixou de fazer. O que é importante seu coração carrega.
Olhe diante de si! Há esse véu encobrindo o que virá, deixando entrever apenas o que seus sonhos permitem. Mas existe dentro de você uma sabedoria de alguém que desbravou alguns anos da história. Existe dentro de você uma força que te torna capaz!
O dia chega insistente como as marés do oceano. Às vezes calmo, outras turbulento, mas presente sempre. Vivo sempre. Cada noite dormida é uma vitória, cada manhã, um novo desafio. E você nunca está sozinho, mesmo quando se sente solitário. Todo o seu passado está gravado em você, como gravadas estão as pessoas que você amou.
Levante esse véu pouquinho a pouquinho a cada amanhecer; sem pressa, saboreando a vida como uma aventura, nem sempre como um mar calmo e tranqüilo, mas possível, muito possivelmente vitoriosa. Construa hoje as suas marcas de amanhã.
(Letícia Thompson)