sexta-feira, 27 de março de 2015

Texto fantástico do blog Antônia no Divã.

Texto fantástico do blog Antônia no Divã.
"É preciso ir embora.
Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim, que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver. É chocante e libertador – ninguém precisa de você pra seguir vivendo. Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, nem sua pegada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo – novidade para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível. Lide com isso.
É preciso ir embora.
Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante sim! Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não sente menos ou mais porque você foi embora – apenas sente por mais tempo! O sentimento não muda. Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu aniversario, você estando aqui ou na Austrália. Esse papo de “que saudades de você, vamos nos ver uma hora” é politicagem. Quem sente sua falta vai sempre sentir e agir. E não se preocupe, pois o filtro é natural. Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a frase “Que saudade de você…” com “por isso tô te mandando esse áudio”; ou “porque tá tocando a nossa música” ou “então comprei uma passagem” ou ainda “desce agora que tô passando aí”.
Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar – e se voltar – vai ver as coisas de outra perspectiva.
As desculpas e pré-ocupações sempre vão existir. Basta você decidir encarar as mesmas como elas realmente são – do tamanho de formigas."

Jamais Desistir

Quando as coisas não saem como queremos e nos decepcionamos diante de certas situações, não devemos deixar que a frustração tome o lugar de nosso alegria, nem nos paralise diante do ocorrido, fazendo-nos perder a fé na vida e nas pessoas. 

Se permitirmos que o desânimo adentre nossos corações e nos fecharmos em nós mesmos acabamos por nos isolar. O medo de que tal fato volte a se repetir e novo sofrimento aconteça nos coloca em posição de defesa, no entanto esse isolamento ao invés de nos proteger nos trará solidão, tristeza e dor, pois ao eliminarmos os riscos de uma possível frustração também nos privamos de novas oportunidades que talvez nos levassem a um caminho mais alegre e feliz, descartando assim toda e qualquer possibilidade de um futuro mais feliz.

É natural nos sentimos mais frágeis após uma decepção, mas é preciso se fortalecer diante do acontecido, transformando essa experiência em um degrau para o nosso crescimento e ascensão e não em um obstáculo para a nossa queda. Delimitar o tamanho dessa situação e ter consciência de sua real extensão é saber até onde essa dor pode ir e não permitir que ela se alastre mais do que deveria. Não é possível evitar a dor, mas é nossa a escolha que delimita o tamanho que esse sofrimento terá. Dilatar a extensão dessa dor não irá mudar o que já foi nem tornar mais fácil lidar com esse sentimento, ao contrário quando ampliamos o sofrimento e o alimentamos com nossa mágoa e ressentimento, apenas condenamos a nós mesmos a um sofrimento maior do que o necessário.

A decepção vem ao nosso encontro toda vez que amplificamos as nossas expectativas diante da realidade. Diariamente a vida nos dá sinais do que está acontecendo ao nosso redor, mas na maioria das vezes preferimos fechar os nossos olhos e acreditar na nossa própria versão de realidade. Não é raro acontecer que em muitas das vezes que nos frustramos se olharmos de volta no tempo poderemos identificar situações onde a vida já nos apontava que algo não estava bem, já havia sinais de que as coisas não eram exatamente do jeito que imaginávamos, mas por escolha nossa, preferimos nos fechar dentro do nosso mundo e acreditar que tudo estava perfeito, ou ainda que tudo iria se ajeitar.

Não há nada de errado em acreditar que com o tempo tudo vai melhorar, na verdade esse é o correto, acreditar, confiar que amanhã as coisas serão melhores. Só não podemos esquecer que a melhoria só vem com o trabalho, com o esforço de cada um, com a luta diária para que a melhora aconteça, para que as coisas se modifiquem e encontrem o lugar certo. Se a vida te sinaliza que algo não vai bem, cruzar os braços e dizer para si mesmo que vai melhorar não surtirá efeito, você se decepcionará duplamente, primeiro porque quando o véu da verdade cair você vai descobrir que o mundo que sonhou não existia e a segundo porque ficará frustrado com uma melhora que nunca aconteceu.

Se nos pequenos detalhes de sua vida, você é capaz de perceber que existe desarmonia, trabalhe para harmonizar isso, não se iluda de que tudo vai bem. Não se iludir é a única forma de não se frustrar. Acredite na vida, confie que a vida trabalha para te oferecer o melhor e justamente por isso te alerta para te dar a chance de tentar colocar tudo em seu lugar.

No entanto vale ressaltar que nem tudo está em nossas mãos, não temos poder sobre aquilo que depende do outro, de seus sentimentos, atitudes e boa vontade. Portanto se você fizer o seu melhor e ainda assim o outro te decepcionar, não se culpe por isso, aceite que existem coisas que simplesmente não dependem de você. E é justamente com esse tipo de situação que devemos aprender a transcender e superar. Usar a frustração e a decepção como alavanca para o nosso crescimento, como uma etapa que nos ensinou e que, apesar de dolorosa, também nos fortaleceu.

Não permita que a frustração de hoje te assombre amanhã. Use-a como experiência a seu favor se tornando mais atento aos sinais que a vida lhe envia. Confie na vida e abra-se para o novo de forma mais plena, reconhecendo as novas oportunidades que te são oferecidas para superar o passado e ser feliz no futuro.

(Maisa Baria)

quarta-feira, 25 de março de 2015

Quando as coisas não saem como queremos e nos decepcionamos diante de certas situações, não devemos deixar que a frustração tome o lugar de nosso alegria, nem nos paralise diante do ocorrido, fazendo-nos perder a fé na vida e nas pessoas.
Se permitirmos que o desânimo adentre nossos corações e nos fecharmos em nós mesmos acabamos por nos isolar. O medo de que tal fato volte a se repetir e novo sofrimento aconteça nos coloca em posição de defesa, no entanto esse isolamento ao invés de nos proteger nos trará solidão, tristeza e dor, pois ao eliminarmos os riscos de uma possível frustração também nos privamos de novas oportunidades que talvez nos levassem a um caminho mais alegre e feliz, descartando assim toda e qualquer possibilidade de um futuro mais feliz.
É natural nos sentimos mais frágeis após uma decepção, mas é preciso se fortalecer diante do acontecido, transformando essa experiência em um degrau para o nosso crescimento e ascensão e não em um obstáculo para a nossa queda. Delimitar o tamanho dessa situação e ter consciência de sua real extensão é saber até onde essa dor pode ir e não permitir que ela se alastre mais do que deveria. Não é possível evitar a dor, mas é nossa a escolha que delimita o tamanho que esse sofrimento terá. Dilatar a extensão dessa dor não irá mudar o que já foi nem tornar mais fácil lidar com esse sentimento, ao contrário quando ampliamos o sofrimento e o alimentamos com nossa mágoa e ressentimento, apenas condenamos a nós mesmos a um sofrimento maior do que o necessário.
A decepção vem ao nosso encontro toda vez que amplificamos as nossas expectativas diante da realidade. Diariamente a vida nos dá sinais do que está acontecendo ao nosso redor, mas na maioria das vezes preferimos fechar os nossos olhos e acreditar na nossa própria versão de realidade. Não é raro acontecer que em muitas das vezes que nos frustramos se olharmos de volta no tempo poderemos identificar situações onde a vida já nos apontava que algo não estava bem, já havia sinais de que as coisas não eram exatamente do jeito que imaginávamos, mas por escolha nossa, preferimos nos fechar dentro do nosso mundo e acreditar que tudo estava perfeito, ou ainda que tudo iria se ajeitar.
Não há nada de errado em acreditar que com o tempo tudo vai melhorar, na verdade esse é o correto, acreditar, confiar que amanhã as coisas serão melhores. Só não podemos esquecer que a melhoria só vem com o trabalho, com o esforço de cada um, com a luta diária para que a melhora aconteça, para que as coisas se modifiquem e encontrem o lugar certo. Se a vida te sinaliza que algo não vai bem, cruzar os braços e dizer para si mesmo que vai melhorar não surtirá efeito, você se decepcionará duplamente, primeiro porque quando o véu da verdade cair você vai descobrir que o mundo que sonhou não existia e a segundo porque ficará frustrado com uma melhora que nunca aconteceu.
Se nos pequenos detalhes de sua vida, você é capaz de perceber que existe desarmonia, trabalhe para harmonizar isso, não se iluda de que tudo vai bem. Não se iludir é a única forma de não se frustrar. Acredite na vida, confie que a vida trabalha para te oferecer o melhor e justamente por isso te alerta para te dar a chance de tentar colocar tudo em seu lugar.
No entanto vale ressaltar que nem tudo está em nossas mãos, não temos poder sobre aquilo que depende do outro, de seus sentimentos, atitudes e boa vontade. Portanto se você fizer o seu melhor e ainda assim o outro te decepcionar, não se culpe por isso, aceite que existem coisas que simplesmente não dependem de você. E é justamente com esse tipo de situação que devemos aprender a transcender e superar. Usar a frustração e a decepção como alavanca para o nosso crescimento, como uma etapa que nos ensinou e que, apesar de dolorosa, também nos fortaleceu.
Não permita que a frustração de hoje te assombre amanhã. Use-a como experiência a seu favor se tornando mais atento aos sinais que a vida lhe envia. Confie na vida e abra-se para o novo de forma mais plena, reconhecendo as novas oportunidades que te são oferecidas para superar o passado e ser feliz no futuro.
(Maisa Baria)

Mulher Trilheira

Elas são desapegadas!

São totalmente desapegadas e não se importam com bens materiais! Quanto mais simples melhor e com certeza elas só querem o necessário. Elas ostentam a simplicidade!

Bem humoradas

Gargalhadas e gargalhadas são comuns em volta dessas mulheres! Sempre com um espírito sarreiro e sempre a disposição de te sacanear a qualquer momento! São aquele tipo de pessoa que esbanja alegria e energia positiva! Elas são MALUCAS!

Totalmente Independentes

Elas não dependem de absolutamente nada para realizar suas vontades e não medem esforços para conquistar todos os seus sonhos, principalmente suas viagens! Elas são GUERREIRAS!

Elas são autênticas!

Elas não seguem os padrões da sociedade! Sempre diferentes em todos os aspectos, na forma de vestir, de falar, de ser e principalmente de viver.

Elas sempre trazem novidades

Com sede de conhecimento e evolução são pessoas que pesquisam e estudam qualquer assunto do seu interesse. Trazendo sempre um assunto ou ensinamento que sempre soma no na vida da galera.

Não perdem tempo com besteira

Novela, roupa, moda, estilo, fofocas e todos esses mimimis são de total desconhecimento por parte delas.

Elas vivem mais, MUITO MAIS!

Por não perder tempo com todas essas besteiras, elas vivem mais, crescem mais e evoluem mais! Utilizando o seu tempo com uma coisas úteis!

Elas são apaixonadas pela natureza!

Para muitos elas são chatas ou extremistas! Mas tem coisa mais linda do que pessoas que realmente se importam com o meio ambiente e com outros seres vivos? Não existe amor mais puro do que esse amor pela natureza! Elas são extremas sim! Extremamente apaixonadas pela VIDA!

A mulher trilheira é naturalmente LINDA

Como pode né? A mulher trilheira não usa maquiagem, não usa salto alto, não usa aquele vestidinho curto e todos apetrechos que a rapaziada pira. E mesmo assim tem milhões de “urubus” em cima delas, querendo se aproximar com uma segunda intenção!
Porque acima de todos os padrões de beleza da sociedade essas mulheres são tão diferenciadas que naturalmente elas tornam-se as mulheres mais lindas e atraentes do planeta!

Elas tem amor ao próximo!

Apesar de serem quase 100% contra o sistema e ficar revoltadas em várias situações a mulher trilheira tem um coração de ouro! Ela se preocupa e esta sempre disposta a ajudar qualquer ser vivo em qualquer situação!

ELAS SÃO PARCEIRAS!

Elas são aquele tipo de pessoa que fica do seu lado em QUALQUER situação. Sabe aquele irmão que você pode contar a qualquer momento da sua vida que ele fará absolutamente tudo para te ajudar! São do tipo que moveriam o MUNDO para fazer você sorrir em um momento tristeza!

Elas tem caráter e personalidade forte!

Elas possuem uma posição e opinião formada para quase todos os assuntos polêmicos e interessantes. Como vida após a morte, energia, de como o sistema que vivemos manipula a gente, religiões e vários outros assuntos malucos!
Essas mulheres são fantásticas e elas existem sim e estão soltas por ai! Vivendo a vida intensamente em busca de alegria e felicidade!
A família Cocô no Mato dedica essa publicação para todas as mulheres livres, independentes e principalmente felizes que existem nesse mundo!
DANE-SE OS PADRÕES DA SOCIEDADE!!!!! VOCÊS SÃO AS MELHORES!


sexta-feira, 20 de março de 2015

Superando O Medo


A vida exige de nós – o tempo todo – uma grande capacidade de adaptação.
Aqueles que temem a mudança e a perda de uma situação confortável, onde tudo já é conhecido, são os que mais sofrem sempre que um novo desafio é apresentado pela existência.
A cada momento podemos ser surpreendidos por novas situações e circunstâncias e se não estivermos conscientes desta realidade, as mudanças sempre nos trarão ansiedade e medo.
Temos a tendência natural de evitar os imprevistos, como se eles sempre significassem uma ameaça. A melhor forma de nos libertarmos do medo é aceitar as mudanças como oportunidades de crescimento em nossa jornada evolutiva.
Visto que nossa passagem por este planeta tem uma curta duração, devemos aproveitar, a cada dia, a chance de superar a nós mesmos e nossas limitações, e experimentar a alegria da vitória sobre a negatividade da mente, sempre que ela tentar nos dominar.
Quando um novo desafio surgir e o medo se fizer presente, que possamos, apesar dele, seguir em frente com confiança e a certeza de que a vitória sobre o desconhecido e a insegurança trazem como resultado uma imensa alegria.
“A palavra coragem é muito interessante. Ela vem da raiz cor, que significa coração. Portanto, ser corajoso significa viver com o coração. E os fracos, somente os fracos vivem com a cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo, fecham todas as janelas e portas – com teologia, conceitos, palavras, teorias – e do lado de dentro dessas portas e janelas fechadas, eles se escondem.
O caminho do coração é o caminho da coragem. É viver na insegurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser. Coragem é seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos.
A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido. O perigo está presente, mas ela assumirá o risco. O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador. A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre calcula – ela é astuta. O coração nunca calcula nada.
Coragem significa enfrentar o desconhecido apesar de todos os medos. Coragem não significa ausência de medo. A ausência de medo acontece se você passa a ser cada vez mais corajoso. Essa é a experiência máxima de coragem – a ausência de medo.
Enfrentar o desconhecido dá a você certa excitação. O coração começa a pulsar novamente, volta a se sentir vivo, totalmente vivo. Cada fibra do seu ser está vibrando porque você aceitou o desafio do desconhecido.
Aceitar o desafio do desconhecido, apesar de todo o medo, é coragem. Os medos estão ali, mas se você aceita o desafio várias vezes seguidas, devagarinho os medos desaparecem. A experiência de alegria que o desconhecido traz, o grande êxtase que começa a acontecer com o desconhecido, torna você forte o bastante, lhe dá certa integridade, aguça sua inteligência.
Basicamente coragem é pôr em risco o conhecido em favor do desconhecido, o familiar em favor do estranho, o confortável em favor do desconfortável. Nunca se sabe se você será capaz de fazer isso ou não. É um jogo arriscado, mas só os jogadores sabem o que é a vida”.
Osho, do livro: “Coragem, o prazer de viver perigosamente”



"Todos vamos envelhecer...
 Querendo ou não, iremos todos envelhecer. 
As pernas irão pesar, a coluna doer, o colesterol aumentar.
 A imagem no espelho irá se alterar gradativamente e perderemos estatura, lábios e cabelos.
 A boa notícia é que a alma pode permanecer com o humor dos dez, o viço dos vinte e o erotismo dos trinta anos.
 O segredo não é reformar por fora.
 É, acima de tudo, renovar a mobília interior: tirar o pó, dar brilho, trocar o estofado, abrir as janelas, arejar o ambiente. Porque o tempo, invariavelmente, irá corroer o exterior.
 E, quando ocorrer, o alicerce precisa estar forte para suportar. 
Erótica é a alma que se diverte, que se perdoa, que ri de si mesma e faz as pazes com sua história. 
Que usa a espontaneidade pra ser sensual, que se despe de preconceitos, intolerâncias, desafetos. 
Erótica é a alma que aceita a passagem do tempo com leveza e conserva o bom humor apesar dos vincos em torno dos olhos e o código de barras acima dos lábios.
 Erótica é a alma que não esconde seus defeitos, que não se culpa pela passagem do tempo. 
Erótica é a alma que aceita suas dores, atravessa seu deserto e ama sem pudores.
 Aprenda: bisturi algum vai dar conta do buraco de uma alma negligenciada anos a fio."

Texto do livro "Erótica é a Alma". 


Adélia Prado

terça-feira, 17 de março de 2015

A caligrafia da chuva

Quando chove , diz-se; e hoje choveu bastante. Cá dentro reverbera o murmúrio da chuva; seus traços oblíquos e líquidos, o seu falar intermitente. É pois o fio da sua úmida caligrafia, o redesenhar do destino a cada badalada do seu sino. A metamorfose, o renovar, o vivificar; é tudo quanto se espera depois da chuva preencher o chão com a sua escrita.
A chuva representa em muito a esperança, seja de uma boa colheita ou de uma sementeira promissora. As pessoas campestres – como eu – gostam da chuva, para além de atenuar o calor que por aqui se faz e umedecer a relva para os pastos, a chuva é por si só um sinal, um símbolo de fertilidade e de fartura. Um sentimento de alívio ressoa sempre que chove: haverá, de certeza, água para um, dois ou três dias, e os banhos não mais serão austeros, e as flores envoltas ao quintal libertar-se-ão da esquálida magreza imposta pelos fulminantes raios do sol.
A chuva só deixa de ser boa quando inunda tudo em volta, quando chove torrencialmente ou quando faz transbordar os rios, deslizando a terra ou quando arrasa os vales, derruba as pontes e viadutos. Aí sim, causa tristeza e torna-se um bem desnecessário! Aliás, diz o ditado que tudo em excesso faz mal.
Há vezes que ocorre cruzarmo-nos com um parente ou um amigo que o tempo há tanto nos separara e dizemos convictos “hoje vai chover”, porém não é a chuva – fenómeno físico ou natural – que esperamos mas queremos apenas enfatizar o encontro, o seu lado “miraculoso”.
Conota-se com isso a falta da chuva, a saudade, a secura que é isso, e traduzimos, portanto, na falta que esse parente ou amigo nos faz.
Hoje choveu muito, eu dizia, e um cinzento esbateu-se por dentro, tão baço quanto era o próprio dia. Quanto era, digo, porque, súbito, o telefone tocou:
– Alô, quem fala?
E uma lâmpada acendeu a vela memorial de tempos idos, tempo antigo, em que o amor tinha outro sabor.
Fosforesceu o dia em mim, e de repente uma vontade de me molhar, de dançar à chuva.
A chuva fez tanto sentido e, enquanto pingava, era como se o fizesse no teto do meu coração. Uma pessoa que eu tanto quero bem sem saber que a mim ela quisesse também, ligou-me e isso era tudo o que faltava para o meu dia explodir de beleza, nesses dias que só a nostalgia e velhas lembranças dão sentido ao meu viver.
Álvaro Taruma, escritor moçambicano

segunda-feira, 16 de março de 2015

Crônica do amor


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Filhos São Como Navios...


Ao olhar um navio no porto, imaginamos que ele esteja em seu lugar mais seguro, protegido por uma forte âncora.
Mal sabemos que ali está em preparação, abastecimento e provisão para se lançar ao mar, ao destino para o qual foi criado, indo ao encontro das próprias aventuras e riscos.
Dependendo do que a força da natureza lhes reserva, poderá ter que desviar da rota, traçar outros caminhos ou procurar outros portos.
Certamente retornará fortalecido pelo aprendizado adquirido, mais enriquecido pelas diferentes culturas percorridas. E haverá muita gente no porto feliz à sua espera.
Assim são os FILHOS. Estes têm nos PAIS o seu porto seguro até que se tornem independentes.
Por mais segurança, sentimentos de preservação e de manutenção que possam sentir junto aos seus pais, eles nasceram para singrar os mares da vida, correr seus próprios riscos e viver suas próprias aventuras.
Certo que levarão consigo os exemplos dos pais, o que eles aprenderam e os conhecimentos da escola, mas a principal provisão, além das materiais, estará no interior de cada um:
A CAPACIDADE DE SER FELIZ.
Sabemos, no entanto, que não existe felicidade pronta, algo que se guarda num esconderijo para ser doada, transmitida a alguém.
O lugar mais seguro que o navio pode estar é o porto. Mas ele não foi feito para permanecer ali.
Os pais também pensam que sejam o porto seguro dos filhos, mas não podem se esquecer do dever de prepará-los para navegar mar a dentro e encontrar o seu próprio lugar, onde se sintam seguros, certos de que deverão ser, em outro tempo, este porto para outros seres.
Ninguém pode traçar o destino dos filhos, mas deve estar consciente de que na bagagem devem levar VALORES herdados como:
HUMILDADE, HUMANIDADE,HONESTIDADE, DISCIPLINA, GRATIDÃO E GENEROSIDADE.
Filhos nascem dos pais, mas devem se tornar CIDADÃOS DO MUNDO. Os pais podem querer o sorriso dos filhos, mas não podem sorrir por eles. Podem desejar e contribuir para a felicidade dos filhos, mas não podem ser felizes por eles.
A FELICIDADE CONSISTE EM TER UM IDEAL A BUSCAR E TER A CERTEZA DE ESTAR DANDO PASSOS FIRMES NO CAMINHO DA BUSCA.
Os pais não devem seguir os passos dos filhos e nem devem estes descansar no que os pais conquistaram.Devem os filhos seguir de onde os pais chegaram,de seu porto, e, como os navios, partirem para as próprias conquistas e aventuras.
Mas, para isso, precisam ser preparados e amados, na certeza de que:
"QUEM AMA EDUCA". "COMO É DIFÍCIL SOLTAR AS AMARRAS"


AUTOR: DESCONHECIDO

quinta-feira, 12 de março de 2015



"É preciso ir embora.
Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim, que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver. É chocante e libertador – ninguém precisa de você pra seguir vivendo. Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, nem sua pegada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo – novidade para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível. Lide com isso.
É preciso ir embora.
Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante sim! Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não sente menos ou mais porque você foi embora – apenas sente por mais tempo! O sentimento não muda. Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu aniversario, você estando aqui ou na Austrália. Esse papo de “que saudades de você, vamos nos ver uma hora” é politicagem. Quem sente sua falta vai sempre sentir e agir. E não se preocupe, pois o filtro é natural. Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a frase “Que saudade de você…” com “por isso tô te mandando esse áudio”; ou “porque tá tocando a nossa música” ou “então comprei uma passagem” ou ainda “desce agora que tô passando aí”.
Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar – e se voltar – vai ver as coisas de outra perspectiva.
As desculpas e pré-ocupações sempre vão existir. Basta você decidir encarar as mesmas como elas realmente são – do tamanho de formigas."

Antônia no Divã

quarta-feira, 11 de março de 2015

Fofocas – Por que as pessoas gostam de falar da vida das outras?

Conheça os 4 principais motivos que levam as pessoas a falarem (mal) uma das outras. A psicologia explica porque existe tanta fofoca.
Bem, existem 4 motivos principais que podem ser levantados. Como acontece na psicologia, cada caso será um caso. Cada pessoa que fofoca pode ter um dos motivos (ou vários dos motivos) que esclarecemos abaixo.

1) Projeção

A projeção é um conceito da psicologia analítica de Jung. Jung afirmava que os conteúdos psíquicos inconscientes (desconhecidos da consciência) são projetados para fora, nos outros e nas coisas, nos objetos.
Um exemplo citado em um de seus livros é bastante interessante. Um religioso, em seu longo processo para se tornar padre, tinha uma grande fixação pela história e pela figura de Judas. A ponto de ficar obcecado com o problema de sua salvação:
“Será que Judas teria sido salvo? Sendo ele um traidor, teria tido a redenção no pós-morte? Afinal, o seu erro (que tinha levado à crucificação) também teria levado à redenção dos pecados do mundo”…
E durante um longo período, o religioso se fez tais questões. Até que, finalmente, abandonou a religião e se tornou ele mesmo “um traidor do Cristo”.
Moral da história: embora não seja uma fofoca, é claro, esta pequena história nos dá o indício de uma das possíveis causas. O religioso tinha um profundo interesse na história de Judas porque ele projetava as suas próprias questões na história dele. Em outras palavras, ele estava pensando se, saísse da religião, ele seria considerado um traidor. E, se fosse considerado um traidor, se teria salvação.
De forma que as suas questões internas mais profundas estavam projetadas na história do outro. Era como se ele vivenciasse o seu dilema projetando-o na história de Judas.
Na famosa frase de Jung, também podemos entender o mesmo princípio: “Tudo que nos irrita nos outros pode nos levar a um melhor conhecimento de nós mesmos

2) Maledicência

Um aspecto mais terrível da fofoca é o que podemos chamar de maledicência: gostar de falar mal, de inventar mentiras, de caluniar, de ofender ou denegrir. Embora as razões para tanto possam ser as mais variadas, é bastante provável que as suas causas profundas residam em aspectos de rivalidade. Rivalidade que, no fundo, acaba estando relacionada com o complexo de inferioridade.
Uma pessoa que esteja equilibrada emocionalmente não possui necessidade de falar mal das demais. Mas alguém que esteja se sentindo por baixo, pode passar a se sentir (de maneira ilusória) um pouco melhor falando mal de uma outra. É aquela tendência que vemos tanto de rebaixar o outro ou a outra para se sair melhor, para parecer bem, para se sobressair.
Há uns dias atrás eu publique na nossa página do facebook, a seguinte historia de Gandhi:
Quando Gandhi estudava Direito na Universidade de Londres tinha um professor, Peters, que não gostava dele, mas Gandhi não baixava a cabeça. Um dia o prof. estava comendo no refeitório e sentaram-se juntos.
O professor disse: – Sr. Gandhi, você sabe que um porco e um pássaro não comem juntos?
 Ok, Professor já estou voando e foi para outra mesa.
O professor aborrecido resolve vingar-se no exame seguinte, mas ele responde, brilhantemente, todas as perguntas. 
Então resolve fazer a seguinte pergunta: – Sr. Gandhi, indo o Sr. por uma rua e encontrando uma bolsa, abre-a e encontra a sabedoria e muito dinheiro. Com qual deles ficava?
- Claro que com o dinheiro, Prof.!
- Ah! Pois eu no seu lugar ficaria com a sabedoria.
- Tem razão prof, cada um ficaria com o que não tem!
O professor furioso escreveu na prova “IDIOTA” e lhe entregou.
Gandhi recebeu a prova, leu e voltou:
- Prof. o Sr. assinou a prova, mas não deu a nota!
Esta pequena passagem da vida de Gandhi nos dá um excelente exemplo de que as pessoas que tem algum tipo de rivalidade ou preconceito (como o professor que provavelmente não gostava de Gandhi por ser ele indiano), fazem de tudo para tentar colocar as outras pessoas para baixo. Na história, o professor procura fazer isto diretamente. Na fofoca, o mesmo é feito indiretamente.

3) O gosto pela tragédia

Há uns dois anos, estávamos viajando de São Lourenço para São José dos Campos de ônibus. No meio da Dutra, houve um acidente com um caminhão que tombou do lado direito da pista. Um senhor que estava à nossa frente, ficou dizendo quase que contente com a tragédia:
” – Acabou de acontecer! Acabou de acontecer! Acabou de acontecer!”
É comum criticar os jornais sensacionalistas e sangrentos por noticiarem apenas tragédias e desastres. Mas o que nem sempre nós percebemos é que muitas e muitas pessoas tem um enorme gosto pela tragédia, como este senhor que aparentava alegria por presenciar um acidente que acabou de acontecer.
É curioso saber que o noticiário negativo não é moderno, não começa com a TV. Desde que Gutemberg inventou a imprensa, os jornais já traziam notícias bizarras e ruins, porque os seus produtores sabiam que era o que vendia.
Voltando às fofocas, este gosto duvidoso é também uma das fontes para se falar dos outros. Não existem levantamentos estatísticos sobre a proporção notícias negativas e positivas, mas é certo dizer que as notícias negativas ganham, nem que sejam meio inventadas.

4) A necessidade humana de contar histórias

Muitas fofocas são invenções. Como diz aquele fofoqueiro profissional: “Eu aumento, mas não invento”. Quer dizer, ele não conta exatamente como foi, aumenta um pouco, transforma aqui e ali, exagera em um ponto. Porém, o limite do aumentar não existe.
Nas brincadeiras infantis, aprendemos como o “telefone sem fio” acaba transformando totalmente uma história original. Por exemplo, uma adolescente aparece com marcas de chupões no pescoço e, poucas horas depois, diz-se que teria sido estuprada, que o agressor já estava sendo procurado pela polícia e por aí vai…
Aqui em Minas, falamos que gostamos de um causo, de contar uma história, uma piada. E, este, creio é um dos motivos de as pessoas contarem fofocas. Como seres humanos, gostamos de contar um causo, um mito, uma fantasia, a história de um filme, de uma novela.
Se vamos estudar uma teoria, entendemos melhor por exemplos, não é mesmo?

Conclusão

Na tabula smargardina, um antigo texto alquímico que também estudamos na psicologia analítica de Jung, existe a ideia de que: “Tudo é duplo, tudo tem dois polos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados”.
Esta frase, este paradoxo absurdo, nos ajuda a entender a melhor frase que encontrei sobre a fofoca. Pois eticamente é evidente que a fofoca (olhando os motivos acima) não pode ser elogiada. Entretanto, como tudo, pode dar vazão ao autoconhecimento. A frase é: “Fofocar sobre os outros é certamente um defeito, mas é uma virtude quando aplicada a si mesmo”.



Homens só se tornam adultos aos 54 anos de idade

A vida começa aos 54 anos para homens. O número bastante preciso foi apontado por uma pesquisa como a idade em que eles finalmente crescem e começam a aproveitar a vida como “adultos de verdade”. O estudo com 1000 homens descobriu que esta era a idade em que eles se sentiam “resolvidos e seguros”, segundo o jornal “Telegraph”.
Ele sugere que os homens levam mais tempo do que as gerações passadas para atingir este estágio, principalmente devido às pressões financeiras e à paternidade adiada. Hoje, dois terços dos bebês nascem de pais com mais de 30 anos, com a média de 32 anos para o primeiro filho nos EUA.
A pesquisa sugere que os homens de 54 anos de idade, como Simon Cowell, Hugh Laurie e Kevin Spacey estão apenas no início de sua vida bem resolvida. Realizado pelo Centro Crown Clinic, em Manchester, o estudo mostra que aos 40, os homens ainda não deixaram para trás suas inseguranças juvenis.
A pesquisa revelou inseguranças que não deixam o homem amadurecer mais jovem, incluindo imperfeições físicas, problemas com dinheiro e solidão. Eles citaram medos como o de não conseguir adquirir a primeira casa, perder o cabelo e estar desempregado. O processo de envelhecimento também apareceu com força, além de ter que lidar cabelos grisalhos, queixo duplo e mamas.
– Estamos vivendo muito mais e, com os custos de vida aumentando e a paternidade sendo adiada, homens inevitavelmente levam mais tempo para se sentirem resolvidos – comentou Asim Shahmalak, da Crown Clinic.


Liberdade, por Cecília Meireles

Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.
Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam “Liberdade, Igualdade e Fraternidade! “; nossos avós cantaram: “Ou ficar a Pátria livre/ ou morrer pelo Brasil!”; nossos pais pediam: “Liberdade! Liberdade!/ abre as asas sobre nós”, e nós recordamos todos os dias que “o sol da liberdade em raios fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria…” em certo instante.
Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.
Ser livre como diria o famoso conselheiro… é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho… Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho que seja isso.)
Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.
Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir (As vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso…)
Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!…) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento! …
Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.
E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos! …
São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.
Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos, que falam de asas, de raios fúlgidos linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel…


Oito atitudes típicas de pessoas que têm depressão, mas não demonstram

1. Ela talvez “não pareça deprimida”

Influenciados por estereótipos culturais e veiculados pela mídia, muitos têm uma imagem equivocada do comportamento e da aparência do indivíduo com depressão. Na visão do senso comum, esta pessoa raramente sai de seu quarto, veste-se com desleixo, e parece estar sempre triste. Porém, nem todos que sofrem de depressão têm o mesmo comportamento.
Claro que os indivíduos são diferentes, assim como variam os sintomas e a capacidade de cada um de lidar com a doença. Muitos conseguem exibir um “verniz” de boa saúde mental – como mecanismo de autoproteção –, mas o fato de serem capazes de fazê-lo não significa que eles sofram menos. Do mesmo modo, as pessoas incapazes de mostrar tal “verniz” não são mais “fracas” que as demais.

2. Ela pode parecer exausta, ou queixar-se de um cansaço constante

Um efeito colateral da depressão é um cansaço permanente. Embora este sintoma não se manifeste em todos que sofrem de depressão, ele é muito comum. Em geral, é um dos piores efeitos colaterais desta doença.
Além disso, se o indivíduo não recebeu o diagnóstico de depressão, a causa deste cansaço pode ser uma incógnita. Mesmo que ele durma um número suficiente de horas à noite, talvez acorde na manhã seguinte como se tivesse dormido pouco. Pior que isso: talvez ele culpe a si mesmo, atribuindo isso à preguiça ou então que algum defeito de sua personalidade esteja causando esta sensação de fraqueza e falta de energia.
Este sintoma também acaba se tornando uma dificuldade para quem recebeu o diagnóstico de depressão, mas tenta ocultá-la dos amigos e colegas. Isso porque esta sensação de cansaço afeta o seu ritmo de trabalho e também os seus relacionamentos pessoais.

3. Ela poderá ficar mais irritadiça

O comportamento de uma pessoa com depressão pode ser interpretado equivocadamente, como melancolia. É muito comum que a pessoa deprimida fique mais irritadiça, e que isso não seja interpretado como um sintoma da doença. Isso é compreensível, já que a depressão não é problema de saúde “visível”, e tampouco pode ser medido com precisão – o que dificulta o combate à doença.
Além disso, o esforço constante exigido do indivíduo para lidar, ao mesmo tempo, com as inúmeras demandas de sua vida cotidiana, e com a depressão, suga suas energias, deixando-o impaciente e incapaz de ter a compreensão exata sobre as coisas.
Se o seu amigo ou conhecido recebe o diagnóstico de depressão, e compartilha esta informação com você, uma dificuldade poderá surgir, caso o comportamento desta pessoa não corresponda à imagem (equivocada) que se tem de uma pessoa com depressão: um indivíduo tímido e calado. A tendência a ter “pavio curto” e a irritar-se com facilidade é, na verdade, um efeito colateral da depressão.

4. Para ela, pode ser difícil corresponder ao afeto e preocupação das pessoas ao redor

A ideia equivocada mais comum em relação à depressão, sugerida nos parágrafos acima, é que ela causa um sentimento de tristeza.
Pelo contrário: muitas vezes, o indivíduo com depressão não sente nada; ou então vive as emoções de modo limitado ou passageiro. Depende de cada caso, mas muitos relatam um sentimento parecido com o “torpor”, e o mais próximo que chegam de uma emoção é uma espécie de tristeza, ou irritação.
Deste modo, o indivíduo terá dificuldade para corresponder de modo adequado a gestos ou palavras afetuosas. Ou então nem se dará ao trabalho de manifestar qualquer reação.
 Talvez demonstre uma irritação nada racional: é possível que o cérebro dele tenha dificuldades para processar e corresponder ao seu afeto e carinho.

5. Talvez recuse a participar de atividades de que gostava muito

Uma atípica falta de interesse em participar de atividades – e durante um longo período – pode ser um sinal de depressão. Conforme mencionado acima, esta doença drena a energia do indivíduo tanto no plano físico quanto no mental – o que afeta sua capacidade de sentir prazer com as atividades cotidianas.
Um indivíduo com depressão talvez não se sinta mais atraído por atividades que adorava no passado, pois esta doença acaba dificultando o desfrute de tais atividades, que não satisfazem mais o indivíduo. Se não há nenhum outro sinal visível que possa explicar o interesse cada vez menor do indivíduo por estas atividades, este talvez seja um sintoma de depressão clínica.

6. Talvez passe a ter hábitos alimentares incomuns

O indivíduo deprimido desenvolve hábitos alimentares incomuns por duas razões: como um modo de lidar com a doença, ou como um efeito colateral da ausência do cuidado consigo mesmo. Comer pouco ou em demasia é um sinal comum de depressão. A ingestão excessiva de alimentos é vista como vergonhosa, e neste caso a comida talvez seja a principal fonte de prazer da pessoa com depressão, o que a faz comer além do necessário.
Quando o indivíduo depressivo come pouco, em geral é porque a doença está afetando seu apetite, transformando o ato de comer em algo desagradável. Isso também pode ser uma necessidade subconsciente de controlar algo, já que ele não é capaz de controlar sua depressão. Se a pessoa não recebeu o devido diagnóstico, ou se omitiu diante das pessoas o fato de estar deprimida, elas poderão considerar que os hábitos alimentares “errados” se devem a um defeito de personalidade, e tal “julgamento” fará com que o indivíduo deprimido se sinta ainda pior.

7. Os outros talvez passem a exigir mais de você

Naturalmente, as funções vitais de um indivíduo com depressão não podem ser as mesmas de alguém com boa saúde mental. Haverá coisas que ele não será mais capaz de fazer com a mesma frequência, ou abandonará de vez. Perturbá-lo ou fazer com que ele se envergonhe por causa disso só tende a causar mágoas, em vez de ajudar. Se a depressão é um assunto que ele tem tido dificuldade de abordar, será igualmente difícil para ele lidar com alguém que fique irritado diante de sua incapacidade de agir do mesmo modo que uma pessoa mentalmente sadia.
Por isso, convém sempre ser compreensivo com as pessoas, seja de seu círculo profissional ou do pessoal. Não há como saber se um indivíduo está simplesmente “desacelerando”, ou se está enfrentando um verdadeiro problema de saúde.

8. Ela poderá ter dias ruins, e dias “melhores”

Trata-se de uma doença com altos e baixos. Se o indivíduo sofre de uma depressão mascarada, ou não diagnosticada, pode parecer que suas flutuações de humor são aleatórias, dependendo da regularidade de sua depressão. Para você (e mesmo para ele, no caso de ele não ter recebido um diagnóstico), talvez não haja uma motivação para as alterações de humor, mas esta é simplesmente a maneira como a depressão se manifesta em algumas pessoas.
Se você sabe que o indivíduo sofre de depressão, poderá ter a falsa impressão de que ele, tendo passado por uma sequência de dias “bons”, está definitivamente curado. O fato de ele ter passado um dia melhor do que na véspera pode ser excelente, mas convém que você sempre lhe peça para que ele deixe claro o que consegue ou não fazer, e em que momentos.
Concluir que o indivíduo que sofria de depressão está plenamente recuperado, ou forçá-lo a retomar rapidamente a rotina normal poderá sobrecarregá-lo, e fazer com que ele se “retraia” novamente. Ofereça apoio ao amigo ou parente com depressão, mas deixe que ele tome as decisões necessárias.
Por Jane Scearce  

terça-feira, 10 de março de 2015

A FELICIDADE NA VITRINE

Em nenhuma outra época "ser feliz" ganhou tanta notoriedade. Mas será que é necessário tanto estardalhaço para mostrar ao mundo o quanto valorizamos nossas conquistas? A felicidade é o novo status?

Não sei dizer do que mais gostei no livro "O Arroz de Palma", de Francisco Azevedo. O livro é delicado e simples; seus personagens são repletos de defeitos e virtudes, com abundância daquilo que existe de mais humano em nós. Tia Palma e Antonio, os personagens centrais, parecem nossos chegados, e tia Palma não peca pelo excesso de palpitações. Um dia, a pitoresca senhorinha vai passear na casa de Antonio. Chegando lá, se depara com o arroz_ que tem uma história linda_ exposto dentro de um pote de cristal no restaurante do sobrinho. Sábia, pega o rapaz pelo braço e aconselha baixinho:
" O arroz é tua felicidade. Não deves fazer alarde dela. A felicidade desperta mais inveja que a riqueza."
Tia Palma tinha razão. Expôr a felicidade é vaidade. Não basta ser feliz, ter afetos à sua volta, comida à mesa, teto, paz? É preciso expôr para validar?
Com o tempo a gente aprende: A alegria incomoda. E desperta desejos. Sempre haverá alguém querendo experimentar um pouquinho do seu arroz_ esse, que você valoriza tanto.

Não é pecado ser feliz. Não há nada de errado em irradiar alegria. O perigo é usar isso para alimentar o ego. Felicidade e ego não combinam, e é aí que muita gente se dá mal. Felicidade é benção. O arroz é benção. Mas quando você se engana colocando-o num pedestal e se infla por possuí-lo, ele deixa de ser dádiva. Passa a ser instrumento de sua vaidade, e atiça a cobiça.
Não precisamos ser publicitários de nosso bem estar. Não é preciso estardalhaço para mostrar ao mundo nossa vitória_ contra a solidão, contra a baixa estima, contra o tédio. É fácil vestir um personagem e mostrar a perfeição, mas aprendi que quem tem certeza de que é possuidor de riquezas não fica mostrando por aí. Não precisa postar no facebook nem viver de aparências.
Se você não deseja inveja à sua volta, permita-me um conselho: Cuide de seus canteiros com humildade. Exercite o encantamento do agricultor que se maravilha com o desabrochar da roseira mas não tenta esconder os espinhos nem as pragas.


Toquinho, em "À sombra de um Jatobá", cantou lindamente : "Poucas coisas valem a pena, o importante é ter prazer... longe do amor de quem nos finge amar..."
Preste atenção à sua volta. Você não precisa de bajuladores, de um milhão de amigos que reafirmem quem você é. O importante é ter poucos e bons afetos, aquela turminha que sabe do seu sabor, de suas lutas diárias e vitórias merecidas.
Gosto de gente sem agrotóxico. Que não tem vergonha de sua casca "mais ou menos" e se perdoa pelas pragas. Que não tem medo de expôr suas fragilidades do mesmo modo que se vangloria de suas virtudes.
Gente que não se infla para parecer maior do que é. Gente que se humaniza e se aproxima de mim.
Que não faz alarde de sua felicidade, mas valoriza o que vale a pena _ como a sombra de um Jatobá...


Fabíola Simões



segunda-feira, 9 de março de 2015

Auto valorização

Você é a única pessoa do mundo que nunca poderá se abandonar,
porque você vai ficar consigo pela eternidade.
O que você tem (amor, corpo, juventude, filho etc) vai embora da sua vida um dia.
Menos você.
Você não pode se livrar de si.
Você é eterno, e não passageiro.
Por isso, a mais importante das relações é a que você tem consigo.
As relações com os outros vêm em segundo lugar.
Eleve-se e sinta-se um anjo, uma pessoa fabulosa,
junto com os outros que são fabulosos.
Simples, sem orgulho e arrogância.
Sinta que você é uma pessoa especial,que tem um amor muito grande, um ideal muito grande.
Sinta que você é uma pessoa grande, capaz de enxergar o mundo e entender o mundo e seus problemas.
Disposto a ser simples,
mas amplo e imenso.
Você se sente um anjo quando se eleva.
Quanto mais você se identifica com tal superioridade, mais superior se torna. Ela lhe permite fazer o bem.
O importante é não se comparar.
Diga “Eu sou diferente”,
“Eu sou eu”,
“Posso chegar a ser muita coisa boa, porque eu sou uma coisa boa”.
“Recuse-se a ver a vida com os olhos dos outros.
Vá com os seus olhos”.
Em primeiro lugar, VOCÊ!
 Isso não significa que você deve se isolar.
Você pode cultivar amizades e fazer o bem,
mas precisa ter consciência de que só tem necessidade de si mesmo.
Você precisa ser feliz consigo próprio, se bancar.
Em primeiro lugar…
você deve dar conta do seu recado.
Depois, se puder, pode ajudar as pessoas (desde que seja de coração).
Você somente começa a se sentir bem
quando se coloca em primeiro lugar.
Você não tem de esperar que o mundo lhe dê valor.
Você tem de se valorizar,
porque somente você sabe o que passa dentro de si.

Luiz Gasparetto