quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Sempre é tempo de recomeçar



Sempre é tempo de recomeçar. Em qualquer situação podemos abrir novas portas, conhecer novos lugares, novas pessoas, ter outros sonhos. Renovar o nosso compromisso com a vida e assim, renascer para a vida e alcançar a felicidade. Não importa quem te feriu, o importante é que você ficou.

Não interessa o que te faltou, tudo pode ser conquistado. Não se ligue em quem te traiu, você foi fiel. Não se lamente por quem se foi, cada um tem seu tempo. Não reclame da dor, ela é a conselheira que nos chama de volta ao caminho. Não se espante com as pessoas, cada um carrega dentro de si, dores e marcas que alteram o seu comportamento, ora estamos felizes e transbordamos de alegria e paz, ora estamos melancólicos e só queremos ficar sozinhos.

O mundo está cheio de novas oportunidades, basta olhar para a terra depois da chuva. Veja quantas plantinhas estão surgindo, como o verde se espalha mais bonito e forte depois da tempestade. As portas se abrem para os que não tem medo de enfrentar as adversidades da vida, para os que caíram, mas se levantam com o brilho de vitória nos olhos.

Todo o caminho tem duas mãos, uma que seguimos ainda com passos inseguros, com medo, porque não sabemos ainda o que vamos encontrar lá na frente. Na volta, mesmo derrotados, já sabemos o que tem no caminho, e quando um dia, resolvemos enfrentar os nossos medos e fazer essa viagem novamente, somos mais fortes, nossos passos são mais firmes, já sabemos onde e como chegar ao destino. O destino é a vitória, o seu destino é ser feliz, eu creio nisso, e você? Você está pronto para recomeçar?

O caminho está a tua espera, pé na estrada, coloque um sonho na alma, no coração e esperança na mochila, a vida se enche de novidades para os que se aventuram na viagem que conduz a verdadeira liberdade.





domingo, 26 de outubro de 2014

AS BOAZINHAS QUE ME PERDOEM



Qual é o elogio que toda mulher adora receber? Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns 700: mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais. Diga que ela é uma mulher inteligente e ela irá com a sua cara. Diga que ela tem um ótimo caráter, além de um corpo que é uma provocação, e ela decorará o seu número. Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito, da sua aura de mistério, de como ela tem classe: ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa. Mas não pense que o jogo está ganho: manter-se no cargo vai depender da sua perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta. Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades, que ela é um avião no mundo dos negócios. Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical. Agora, quer ver o mundo cair? Diga que ela é muito boazinha.

Descreva aí uma mulher boazinha. Voz fina, roupas pastéis, calçados rentes ao chão. Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de semana. Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor. Nunca teve um chilique. Nunca colocou os pés num show de rock. É queridinha. Pequeninha. Educadinha. Enfim, uma mulher boazinha.

Fomos boazinhas por séculos. Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas. Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos. A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo certinho. Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um desejo incontrolável de virar a mesa. Quietinhas, mas inquietas.

Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas. Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais. Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen. Ser chamada de patricinha é ofensa mortal. Pitchulinha é coisa de retardada. Quem gosta de diminutivos, definha.

Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa. Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo. As boazinhas não têm defeitos. Não têm atitude. Conformam-se com a coadjuvância. Ph neutro. Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos.

Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, é isso que somos hoje. Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos. As inhas não moram mais aqui. Foram para o espaço, sozinhas.



 Martha Medeiros

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Dormência


A vida bate-me,
A vida arrasta-me, centrifuga-me, amassa-me, escama-me,
Sinto-me entorpecido, rígido, distante,
Olho para a beleza mas não a sinto,
Falam-me ao coração mas permaneço magoado,
Sensibilizam-me para a esperança, mas mantenho-me entrincheirado na decepção,
Que corpo é este que caminha anestesiado?
Que corpo é este que endureceu uma mente anteriormente á vida de vida, de emoção e paixão?
É um corpo humano,
Que se entristece, que se obscurece, se penaliza, se aprisiona,
É um corpo que se vai protegendo, que vai endurecendo, que vai querendo ficar imune à dor emocional,
Perde sensibilidade, perde humanidade,
Desliga-se dos seus sentidos, liga-se à dureza das suas experiências,
Experiências sofridas, injustas, traumáticas, punitivas,
Enrijecem o corpo, enrijecem-me,
Não sinto, as coisas passam-me ao lado, batem-me mas já não me magoam, ouço-as mas não me afligem a mente,
Deixei de ruminar nas perdas, deixei de reclamar no apontar do dedo, deixei de me importar,
Estou presente na vida, mas ausente de vida,
Que corpo é este?
Capaz de caminhar dormente, com a mente desvigorada, com o coração lascado,
É um corpo que segue as interpretações que faço, que julgo fazerem sentido,
É um corpo que se desconhece, que julga precisar de alienar-se para encaixar as agruras da vida,
É um corpo que desconhece e me leva a desconhecer as formas práticas e saudáveis de suportar a dor,
Quero conhecê-las, quero voltar a sentir, a sentir-me em pleno com a vida,
Voltar a mim,
Pouco a pouco quero recuperar a minha sensibilidade,
A sentir o calor do abraço, a dor da perda,
A dor de alguém que me foi querido e partiu,
Sinto a dor, suporto-a, ela é inversamente proporcional ao meu gostar, quanto mais sinto, mais gosto,
A dor da perda faz-me sentir o quanto eu gosto, gostei ou vou continuar a gostar,
Como é bom gostar de sentir, de ficar ligado com a vida,
Com as coisas boas, e as que provocam dor,
Voltei a sentir,
A sentir o pulsar da vida.

- Miguel Lucas 

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

5 Coisas que fazem um homem cair de amores por uma mulher

AUTO ESTIMA
Uma mulher confiante, que se curte, se gosta, se diverte com seus defeitos, conhece as suas qualidades, e é mais ela… é um prato cheio! Homens se sentem extremamente atraídos por esse tipo de mulher! Elas acabam sendo uma espécie de mistério a ser revelado por ele! É o tipo de mulher que ganha a sua admiração!

DIVERTIDA
Homem cai de amores por mulheres que sabem se divertir… que conseguem enxergar o lado bom das coisas e resolve tudo com bom humor! Eles se setem bem ao lado delas, e não querem sair nunca! Apreciam o seu sorriso, a sua energia e o seu jeito leve de levar a vida, de resolver os conflitos e etc! Uma mulher fácil de conviver! Com que ele pode se divertir em todas as situações! Os homens enxergam nessas mulheres amigas, confidentes e amantes em potencial!

DESENCANADA
Homem gosta de mulher objetiva, que não se perde nos detalhes! Que sabe o que quer e faz tudo sem rodeios! Que não se perde em jargões nem esteriótipos de mulherzinha complicada que pode discutir o mesmo assunto por horas sem se cansar! Homem gosta de mulher prática, que fala pouco e diz muito!

INTELIGENTE
Homem adora exibir para os amigos uma mulher inteligente, que sabe conversar sobre tudo, que impressiona com as suas opiniões firmes! Eles se sentem orgulhosos por terem ao seu lado uma mulher inteligente… sentem como se fossem a melhor escolha do mundo, e vão adorar sair com você para todos os lugares e mostrar para todo mundo o quanto você é esclarecida!

FEMININA
Homem gosta de mulher desencanada, divertida, inteligente e feminina! Ele adora o detalhe do seu cabelo, o esmalte delicado, o batom, o vestido, a saia… homens são naturalmente atraídos pela feminilidade! Perfume, pele macia, cabelos cheirosos… tudo isso para eles é extremamente afrodisíaco! Unhas feitas, pés bonitos, mãos delicadas, cílios alongados! São coisas que ele sempre vai enxergar em você mesmo que não fale! Homens gostam de se fazer de durões, adoram sair falando por aí que não vê diferença em mulher maquiada! Mas a grande verdade é que ele notam sim… e adora! Sem exageros, é claro!

A palavra é prata, o silêncio é ouro

Quando eu era menina, minha mãe tinha aquele hábito do interior de dizer: "Moça boa não deve ser arroz doce de festa..." Era pra gente se resguardar, valorizar a imagem, não ser presença batida nos bailinhos, não ficar cansativa demais.
Mas naquele tempo o perigo era ser enjoativa só no fim de semana; hoje a coisa debandou de vez: Toda hora no instagram, todo tempo no feed de notícias, cada segundo no whatsapp. Impossível fugir, difícil não ser encontrado, improvável desintoxicar.
A vida é barulhenta. Dentro ou fora de nós, nada se aquieta. Queremos nos comunicar, exigimos respostas na velocidade de super-hiper-mega bytes, contabilizamos "notificações", desejamos ser cutucados de volta. Sem perceber, desaprendemos a silenciar. Desaprendemos a suportar a voz que cala e sofremos com a falta de respostas. Desaprendemos a ser ausência.
De vez em quando é necessário ser silêncio. Habituar-se à própria presença, inteirar-se de sua solidão.
Comunicar tudo sem dizer nada.
A gente vive certo porque errou um dia. E silencia quando entende que todas palavras foram ditas. Porque de vez em quando, aquilo que conserta é aquilo que cala ou ausenta. O nada que diz tudo.
Quando o verbo é equívoco, o silêncio é corretivo.
Mas não pode ser um silêncio forçado. Daquele tipo que quer chamar a atenção. Tá cheio disso por aí... De gente que anuncia a saída. Que exclui um amigo por desconforto consigo próprio. Que usa o silêncio como arma, a fim de manipular o outro. Não é por aí; falo de silêncio pra serenizar a alma, proteger o espírito e encontrar o caminho de volta.
Preste atenção. Se você está cheio de barulho dentro de si, se seus pensamentos já não são mais seus e sim uma mistura daquilo que ouve, engole e não digere todos os dias; se seus sentimentos estão todos embaralhados e da boca só poderia sair desespero e desesperança, se seu amor-próprio ficou tão reduzido a ponto de só falar de suas carências, se tudo o que você quer é rastejar por mais uma chance, suplicar por mais uma mudança... então cale-se. Saia de cena e espaireça um pouco.
Apenas respire...
Conte até dez, tome um café, desligue o celular, não abra o laptop.
Fácil não é. Qualquer nova escolha requer tempo para tornar-se hábito. E você precisa aprender a se resguardar.
A diminuir o foco sobre si mesmo.
Porque são tempos difíceis. Todo mundo fala, todo mundo posta, todo mundo curte. Todo mundo aparece_ de frente, de perfil, de costas, sorrindo, triste, indignado. E então você percebe que ser #todomundo não é sua praia. E sente falta do tempo em que as coisas eram mais simples.
Suportar o próprio silêncio _ quando tudo o mais já foi dito_ e sair de cena pra vida continuar, é quase como curar-se de um vício.
Mais ou menos como engolir o choro, do jeitinho que você fazia quando era pequeno e seu pai vinha com aquela: "Engole o choro!" lembra? Então você engolia e ele descia engasgado, duro dentro do peito.
O que seu pai queria é que você tivesse autocontrole, entende? E é isso que você precisa agora pra seguir em frente quando tudo o mais virou equívoco.
No fundo, no fundo, o que a gente gostaria é que nosso silêncio fosse produtivo, que gerasse bons frutos (do jeito que a gente imagina serem "bons" os frutos...). Mas e se na verdade quem deveria mudar fosse você? E se o silêncio viesse pra lhe ensinar e não "comunicar" apenas aos outros?
Então anote: Autocontrole e silêncio. E se está difícil ter autocontrole, se sua vontade é pegar o telefone agora e discar aquele número fatídico, se sua mão coça de desejo de postar um álbum de fotos no facebook ou no instagram, se as mensagens não param de chegar no celular exigindo uma resposta... apenas respire. Respire  e durma, respire e disque outro número, respire e desvie o foco.
Desaprendemos a seguir o conselho de nossas mães porque o mundo mudou. E de tanto desobedecer, nos tornamos reféns da ansiedade, do imediatismo, do "tudo ou nada", do "agora ou nunca".
E agora precisamos de um aplicativo que nos salve de nós mesmos. Ontem descobri que já existe_ chama-se "Self-control". Ideia genial, diga-se de passagem. Porque no fim das contas, autocontrole é raridade. E contar com um aplicativo que faça como seu pai, que lhe mande "engolir o choro" e o ajude a reencontrar aquele que hoje se mistura ao #todomundo, é encontrar um tesouro. Procure, baixe, aprenda, use.
Shhhhh... E Boa sorte!

 Fabíola Simões

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

"O Que é o amor?"



Talvez eu não saiba, talvez eu fale "Eu te amo" as vezes porque gosto mais da pessoa do que as outras, talvez ei queira ficar com essa pessoa e mais ninguém, talvez não seja amor, mas é um sentimento bom.
Acho que o amor não é só ficar , beijar, abraçar, fazer sexo, passear, sair, festar, se divertir, dormir juntos.
Amor talvez seja a combinação do bom e do ruim, dos momentos tristes e felizes.
Amor talvez seja aceitar as qualidades e defeito das pessoa, aceitar os dramas e os momentos carinhosos, saber ouvir e a hora de falar, brigar quando estiver errado e dar valor e apoiar quando estiver certo, sem dinheiro ou com dinheiro, desajeitado e arrumado, bonito ou feio. Amor talvez seja querer ficar com a pessoa a qualquer custo, independente das roupas que ela usa, do estilo, das musicas que ela ouve, amor é aguentar ela chata e aceitar as desculpas quando ela faz algo errado, exceto a traição, porque se tem traição não tem amor.
Todo mundo fala que beleza não importa e blá blá blá, mas no começo todo mundo se importa, não tem essa de falar, "Eu não me importo com a beleza e sim com o que você é por dentro", porque no começo sempre olhamos para esse lado, a não ser quem convive a muito tempo com a pessoa.
Não tem como amar de um dia para o outro, de uma semana para outra, isso leva tempo, mas depois que estamos com a pessoa um certo tempo, não importa se ela vai ficar feia ou bonita, se vai acordar chata ou não, se vai acordar com aquele bafo horrível ou com gosto de cereja na boca hahahaha, ou se ela vai acordar te xingando ou te bajulando, nada disso vai importar depois que você acostuma coma pessoa e passa a amar mais a cada dia.
Todo mundo já deve ter falado "Eu te amo", mas isso não significa que é amor, talvez essa pessoa só queira ficar do seu lado e ela gosta de você mais do que gosta de qualquer outra, porque amor de verdade nunca acaba, não existe traição, não deixa de existir e nem vai se desgastando.
Todo mundo já teve um "Amor" que na verdade é uma paixão, e paixão é passageira, se uma pessoa diz que não quer mais nada que o relacionamento se desgastou ou que não ama mais, ou que quer um tempo, a verdade é que essa pessoa nunca te amou.
Amor talvez seja, querer cada vez mais, ficar com saudade mesmo ficando algumas horas longe da pessoa, onde tiver amor vai ter paciência, calma, respeito, e um vai ouvir o outro, mesmo tendo brigas nunca um deixar o outro, mesmo com dificuldades os dois não deixarem a "peteca cair.
Amor é tudo isso, família, amizade, carinho, afeto, brigas e desculpas, dificuldades e vitórias.
Se alguém falar para você: " Não é você, sou eu", ou "A culpa não é sua, é minha", ou "Melhor a gente dar um tempo"... Esqueça, chute o balde, nunca existiu amor e não vai existir, isso só quer dizer que a pessoa achou que te amava e não ama, nunca amou e nunca vai amar.
Onde tem amor não tem separação, traição ou decepção.

Amor é beijar sem pensar em outras coisas, amor é brincar na chuva sem medo de pegar gripe, amor é ficar em casa vendo filme mesmo quando seus amigos te chamam pra balada, amor é aguentar a sogra chata mesmo querendo ir embora, amor é levar café da manhã na cama só para ver o sorriso no rosto dela, amar é pedir desculpas mesmo estando errado só para não ficarem de bico um para o outro, amor é fazer planos e pensar em casar, ter filhos, amor é não desistir da pessoa na primeira dificuldade.

Autor: Wagner Pereira.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Faxina



Estava precisando fazer uma faxina em mim... 
Jogar fora alguns pensamentos indesejados, 
Tirar o pó de uns sonhos, 
lavar alguns desejos que estavam enferrujando...
Tirei do fundo das gavetas lembranças que não uso e não quero mais.
Joguei fora ilusões, papéis de presente que nunca usei, sorrisos que nunca darei...
Joguei fora a raiva e o rancor nas flores murchas
Guardadas num livro que não li.
Peguei meus sorrisos futuros e alegrias pretendidas e as coloquei num cantinho, bem arrumadinhas.
Fiquei sem paciência! Tirei tudo de dentro do armário e fui jogando no chão:
paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis que nunca queria ter dito, mágoas de uma amiga sem gratidão, lembranças de um dia triste...
Mas lá havia outras coisas... belas!!!
Uma lua cor de prata... os abraços...
aquela gargalhada no cinema, o primeiro beijo...
o pôr do sol... uma noite de amor .
Encantada e me distraindo, fiquei olhando aquelas lembranças.
Sentei no chão,
Joguei direto no saco de lixo os restos de um amor que me magoou.
Peguei as palavras de raiva e de dor que estavam na prateleira de cima -
pois quase não as uso - e também joguei fora!
Outras coisas que ainda me magoam, coloquei num canto para depois ver o que
fazer, se as esqueço ou se vão pro lixo.
Revirei aquela gaveta onde se guarda tudo de importante: amor, alegria, sorrisos, fé…..
Como foi bom!!!
Recolhi com carinho o amor encontrado,
dobrei direitinho os desejos,
perfumei na esperança,
passei um paninho nas minhas metas
e deixei-as à mostra.
Coloquei nas gavetas de baixo lembranças da infância;
em cima, as de minha juventude, e...
pendurado bem à minha frente,
coloquei a minha capacidade de amar... e de recomeçar...


Martha Medeiros
Viver é correr riscos. Amar é se proteger dos estilhaços.
Viver é sentir dor, desamparo, solidão, insegurança _ Desejo também.
Desejo e amor nem sempre caminham juntos. O amor nos protege do desejo.
O desejo aguça os sentidos, afasta a lucidez, desarma as defesas.
O amor consola, dá colo, protege.
O início é sempre desejo. Mas o tempo diminui o compasso, tranquiliza as batidas, protege da dor. O amor chega para acalmar a pele que transpira, o coração que acelera, a mente que inventa. De repente nos sentimos seguros de novo, em paz, em casa.
Quando amamos tudo é familiar. Reconhecemos o cheiro, a mania de encolher os ombros quando não entende alguma coisa, o gosto, o toque. Conhecemos os detalhes encobertos, as histórias que ainda comovem, a intimidade habitual. Compartilhamos memórias, sonhos, construções. Aprendemos o momento de falar, o de calar. Conhecemos o território proibido_ aquele onde só devemos pisar com pantufas de algodão_ , ficamos experts em matéria de afinidades.
O amor traz segurança.
A segurança trai o desejo.
O desejo é companheiro da dúvida, do não saber, do querer o que não se tem.
O desejo é inseguro, vasculha emails em busca de provas, fica na extensão, abre agendas, bolsas e celulares em busca de pistas. O desejo desconfia, arde em ciúmes, briga com o bom senso, rompe com a razão.
O casamento nos protege do desejo, traz de volta a lucidez, reconhece o que é eterno.
Mas viver um casamento sem desejo é como crème brûlée que esqueceu de ser flambado: doce e desbotado, calmante e pouco excitante, nutritivo e pouco atraente, leve e nada tentador. Não acontece de fato, desfalece sem fazer barulho, acomoda-se com consentimento silencioso, renuncia a si mesmo, renega sua origem, denuncia a ausência, resigna-se com o remediado, morre sem esperança.
O segredo está no mistério. Não precisa causar dúvidas, estranhamentos, conspirações... Uma pontinha de enigma basta. Deixa uma fagulha de desconhecimento que atormenta, aguça os sentidos. Como fogo que consome o pavio na última esperança de voltar a ser fogueira, a dúvida tem que permanecer, a intimidade tem que revelar sem escancarar, o olhar tem que permitir indagações.
Casamento não pode ser sinônimo de ócio, preguiça, conformidade. O amor se acomoda no que é seguro, mas a vida é dinâmica, incessante, fugaz. O amor acomodado sobrevive na rotina e o desejo corre riscos. Corre o risco de se sentir vivo fora dali, de ser mais tragédia e menos drama, de ser mais discussão e menos entendimento, de ser mais carne e menos pijama de flanela.
Um casamento precisa mais do que o amor companheiro que acalma, compreende, dá colo, carinho e proteção. É preciso conhecer e desconhecer, reconhecer e assustar-se com a novidade que chega sem avisar, compreender e indignar-se com o que não percebeu.
Renovar os votos é tentar ser menos conhecido, é se fazer diferente para atiçar a dúvida, é discutir para provocar mais amor, é descobrir-se você mesmo quando os dois já se tornaram um, é ir embora para depois voltar, é gritar para tentar recomeçar, é ser menos compassivo e mais passional, é criar momentos de intimidade consigo mesmo longe do outro, apaixonar-se por um hobby, afastar-se para a falta ser sentida.
Renovar os votos é entender que nada é definitivo e ninguém é totalmente decifrável.
Mesmo o casal de velhinhos que encontrou a transformação do amor em ternura, sabe que o amor é parceiro da felicidade, mas o desejo é o fogo do maçarico que flamba a vida...
Fabíola Simões

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

"Amigos, colegas ou conhecidos?"
Sempre tem aquela pessoa especial que você se apega, conta os segredos, chora, desabafa, abraça, ama, briga, sorri, se desentende, mas no final da tudo certo e vocês se entendem. (AMIGO)
Tem também aquela que você conversa, sai junto, vai pra balada, vê de vez em quando, empresta dinheiro, quando ele precisa, você está ali, mas quando é você que precisa, a pessoa some. (COLEGA)
E tem também aquela que você só cumprimenta na rua, te da oi, você nunca conta com ela e ela nunca conta com você. (CONHECIDO)
Mas você só vai saber qual é qual na hora que você mais precisar, porque quando você está bem, tem dinheiro, vive se divertindo, é tudo uma maravilha, você acha que todos são seus amigos, mas na verdade o interesse é bem maior do que você pensa.
Aquela pior pessoa que você acha que é só seu conhecido pode ser a que mais vai te ajudar e se tornar seu amigo um dia , e talvez aquela que você acha que é mais teu amigo, te deixa pior, te abandona, não liga para seus sentimentos.Os colegas sempre serão colegas, só vão estar com você na hora que você estiver bem ou na hora que eles precisar.
A pergunta é: Você sabe quem é seu amigo de verdade?
Nunca subestime ninguém, a pessoa que você menos imagina, pode ser a pessoa que um dia vai fazer diferença na sua vida, que vai estar com você todos os momentos, te apoiar, te dar atenção, te ouvir quando você precisar desabafar, as vezes vai deixar de fazer as coisas dela só para te dar atenção.
Mas você tem que ser o "Amigo" também, não adianta você querer o amigo e na hora que alguém precisar, você virar as costas ou ignorar só porque está bem.
Tudo que você faz de bem, volta em dobro para você, e vai voltar na hora que você mais precise.
Todos nós precisamos de um amigo, mas não precisamos ficar implorando atenção, é melhor ficar sozinho do que com alguém que te maltrata, te ignora, e quando você está bem está atrás de você, te trata bem, fala que te ama e mil coisas de amor.
E a amizade entre um homem e uma mulher, será que existe ou sempre tem algum interesse?
As mulheres geralmente são mais maduras e acreditam nisso, mas os homens, nem todos, é raro encontrar a amizade verdadeira entre um homem e uma mulher, e se você um dia encontrar, cuide.
Uma grande amizade, também pode virar amor. Quando você está carente você se envolve, se entrega, ama rapidamente, se apega em outras pessoas e com isso só sofre, pode ser não imediatamente, mas depois pode ser pior.
Quando você estiver sozinho, procure um amigo de verdade, não uma amizade colorida, ou alguém que só te de carinho, mas tenha segundas intenções, além de se machucar, pode acabar se machucando.
Seja o amigo que você quer, seja a pessoa que você é, não mude por ninguém a não ser você mesmo, não sofra por ninguém, não procure amor onde não existe e não seja tão bobo a ponto de acreditar que todos são seus amigos.
Ninguém pede para sofrer, mas podemos evitar isso não se apegando e acreditando em qualquer "Eu Te Amo".
Não crie expectativas, desconfie de tudo e de todos, não se deixe levar por um sorriso qualquer ou um beijo trocado, nem tudo que vai volta, e uma amizade acabada nunca vai voltar a ser a mesma.
Seja com os outros a pessoa que você quer que seja com você, mas nunca deixe de ser você mesmo.
"A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas."
Autor: Wagner Pereira.

Aguá: a crônica da falta de bom senso

Os problemas de abastecimento são reflexos do mau uso e desperdícios generalizados




Um calor acima do previsto e chuvas que não caem como em anos anteriores. Além disso, um consumo em alta e os reservatórios em baixa atingindo marcas históricas negativas. Todos esses fatores somados resultam na séria e concreta ameaça de racionamento de água na região Sudeste, a mais populosa do país.
É claro que esse estado de coisas deve ser considerado atípico, mas diante da crise anunciada e um iminente “apagão” no fornecimento desse líquido precioso, lá vamos nós caçar os culpados da hora!!
A mídia responsabiliza governos pela ausência de investimentos no setor. Os partidos pró e contra defendem ou atacam conforme a conveniência e a população reclama de todos afirmando que pagam suas contas em dia e, portanto, não aceitam abrir mão do direito de ter água nas torneiras e chuveiros sempre que quiserem fazer uso dela.
Afinal, foi o fenômeno climático, como consequência do aquecimento global, o maior responsável pelas altas temperaturas e pela ausência de chuvas?
Em parte podemos até afirmar que sim. Mas depender totalmente dos ciclos de chuva do bom comportamento climático, apenas revela um despreparo muito grande e que deve realmente assustar a todos nós.
Então, a quem cabe a maior responsabilidade? Acredito que seja da visão limítrofe generalizada que ainda é capaz de dar pouca importância a esse insumo fundamental para a vida de todos.
Façamos um exercício bastante simples. Imagine a falta de muitos serviços que temos à disposição dentro das nossas casas. Pense que durante um período você ficará totalmente sem energia elétrica, sem telefone ou mesmo sem dispor da internet e da televisão a cabo. Muito ruim sem dúvida e que podem trazer prejuízos diversos. Agora reflita sobre a total ausência de água. Sem entrar na individualização dos problemas acarretados por cada um desses serviços, o que naturalmente o obrigaria a sair de casa para buscar uma solução é exatamente a água. Ela não é apenas vital para o nosso dia a dia, pessoal ou profissionalmente como tantos outros, é basicamente uma questão de sobrevivência.
Agora, com raras exceções, o mais essencial é, invariavelmente, o mais barato de todos. É ao final das contas uma impressionante inversão de valores, o que é mais importante custa menos que o supérfluo... e vice-versa. Nessa hora prevalece a lógica do famigerado mercado tão pouco afeito a enxergar além do curto prazo.
Esse olhar distorcido é o primeiro responsável pela nossa crise de abastecimento de água. Depois dele tudo vai se complicando numa espiral de problemas sobrepostos.
Cidadania também em falta
Senão, vejamos. Recentemente o escritor Ignácio de Loyola Brandão publicou em sua coluna no jornal O Estado de São Paulo diversos diálogos mantidos por ele com pessoas que faziam uso da água da pior maneira possível. Estavam elas a varrer calçadas com a mangueira ou a lavar carros pouco preocupadas com o desperdício de litros e litros de água tratada. Ao questionar esses indivíduos, as respostas dadas ao conhecido escritor foram, invariavelmente, semelhantes, indo de um simples: “cuide de sua vida” a um “pago a água e gasto quanto quiser”.
Atitudes típicas de um individualismo contemporâneo e nefasto. Essas pessoas agem como se não houvesse interesses coletivos que estão acima dos seus de gastar água como bem entendessem. Temos direito a água, certamente. Mas também temos o dever de fazer uso racional dela. Acima de tudo, a água deve ser percebida como bem comum.
Então as famílias são as grandes responsáveis pelos nossos problemas de abastecimento? Calma aí, não foi isso que eu disse. Existem ainda outros atores nessa equação.
As enormes perdas do sistema
Segundo a ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) as companhias de abastecimento de água no Brasil são responsáveis por uma perda média que chega a absurdos 40%. Mas existem empresas de saneamento que perdem até 60%. Um volume de água impressionante que é desperdiçado e que contribui fortemente para a atual situação.
E esse desperdício reverte em um círculo vicioso e pernicioso. Quanto mais se perde água, menos a empresa responsável pelo abastecimento será capaz de investir recursos para melhorar o sistema e trabalhar para a redução dessas mesmas perdas. Ainda, de acordo com a ABES, são diversas as razões para a manutenção desse cenário, entre elas, podemos destacar a falta de quadro de profissionais capacitados; escassez de equipamentos, a baixa capacidade de financiamento como já citado e por fim, a ausência de uma coordenação geral redundando em uma gestão ineficiente do sistema.
Então, leitor você poderá raciocinar, aí estão as grandes responsáveis, ou seja, as companhias estaduais de abastecimento de água. Aí serei obrigado a pedir um pouco mais de paciência para suas conclusões definitivas.
Governos e suas campanhas oficiais
A crise tomou tal proporção que, em São Paulo, o Sistema Cantareira, um dos principais responsáveis pelo abastecimento dos cerca de 20 milhões de habitantes da região metropolitana atingiu a marca histórica de 18,8% no nível de sua represa. Diante desse fato, o governo do estado, por meio da Sabesp, a companhia de abastecimento paulista decidiu por uma medida a altura do momento (estou sendo irônico). Uma campanha em forma de súplica pedindo às pessoas que economizem água em troca de uma redução de 30% na conta mensal.
O tom dado por essa campanha seria, mal comparando, o mesmo que premiar a honestidade ao invés de punir severamente os desonestos. Essa comunicação perde a oportunidade de ir além, chamar à responsabilidade o conjunto da sociedade, conscientizar sobre ações efetivas de bom uso da água e ao mesmo tempo aqueles que mantiverem hábitos contrários aos da maioria da população, deveriam receber severas multas. Também não precisaríamos chegar ao momento atual para a realização de campanhas visando à economia de água. Elas deveriam ser permanentes e cotidianas, até que um novo comportamento, simplesmente, as tornasse desnecessárias.
O governo de São Paulo erra ao criar uma campanha mais preocupada em não desagradar, de olho que está no ano eleitoral. O medo da crítica é maior do que a busca por uma solução. Se é assim que o cidadão/eleitor enxerga, portanto, a responsabilidade até pela campanha pouco incisiva também pode ser dividida com ele pois é, exatamente essa postura de não aceitar restrições impostas pelo setor público ao “sagrado direito de fazer o que bem entender”, que contribui para a omissão do governo diante de ações urgentes a serem tomadas que precisam, sim ser compartilhadas com a sociedade.
A iniciativa privada, indústrias, o agronegócio, enfim, o setor produtivo, tem na água um dos insumos imprescindíveis para a existência de seus negócios. Algumas empresas têm feito esforços na reutilização da água, na redução do consumo e no tratamento, mas também existem muitas delas que pouco fazem nesse sentido e precisam com urgência rever suas estratégias, pois tudo faz crer que serão muito cobradas no futuro por sua falta de ação no presente.
Em resumo, caro leitor, o que quero dizer é que somos, com medidas e pesos diferentes, corresponsáveis pelos avanços, retrocessos e pela atual falta de água. Como disse lá no começo desse artigo, um novo olhar, uma nova reflexão sobre a verdadeira relevância das coisas e um compromisso compartilhado precisará ser assumido por todos os setores da sociedade.
Hoje o problema é a água, amanhã será a energia, assim como a questão dos resíduos, poluição, mobilidade urbana, etc, etc, etc. estão todos colocados e já batem à nossa porta. Para vivermos de maneira mais sustentável, justa e equilibrada, não se deve esperar milagres, mas a participação de todos. Cuide da água, assim como de tudo que você considera importante.