sábado, 28 de fevereiro de 2015

Por que algumas pessoas repetem sempre os mesmos erros?

Por que algumas pessoas repetem os mesmos erros, obtêm sempre o pior resultado e culpam os outros ou o destino, mas nunca a si mesmas, parando para refletir sobre um acontecimento que nada tem de coincidência ou falta de sorte? E, principalmente, por que esquecem que eventos dependem de escolhas e que, apesar de não existir controle absoluto, abrem mão do que está em seu âmbito de ação, deixando que as coisas apenas aconteçam? Abraçam relações afetivas que diferem apenas no coadjuvante da vez, mas terminam do mesmo jeito; aceitam empregos que mudam de endereço, de chefe, de colegas, mas trazem frustrações semelhantes; reincidem em tentativas de emagrecer, parar de fumar, beber menos, começar a frequentar a academia a qual, após a inscrição, nunca mais voltaram; estouram o limite do cartão com o que não necessitam ou pelo que não podem pagar. E assim segue a vida, como a reprise de um filme ruim.
Mas o que explica esse ciclo de vivências frustrantes que parecem não ter solução? Sair do planejamento e ter que enfrentar consequências dolorosas mais tarde é uma situação vivida cotidianamente por muitas pessoas. Mas por que elas são repetidas sempre, mesmo depois de jurar a si mesmo que nunca mais o faria? Porque emoções como tristeza, frustração, tédio, raiva atropelam as melhores decisões de não cometer os mesmos erros e são responsáveis por pensamentos do tipo: eu mereço mais um pedaço de bolo, outra dose de bebida, ou um vestido novo, uma bolsa, um par de sapatos, ou o que quer que seja que se busca para amortecer a sensação de desconforto ou angústia, e não vai fazer mal. E acontece tudo de novo: antecipação, alívio e culpa. E a sensação de fracasso, a autoestima que despenca mais um pouco, a pessoa se fecha no seu sofrimento e na percepção de impotência.
A capacidade de prever e solucionar problemas, conquistar os objetivos, implementar projetos e alcançar a realização pessoal dependem da forma de ver a si mesmo, o mundo e o futuro, que começa a ser desenvolvida na infância. Pensamentos despertam emoções que geram comportamentos, que são mantidos por hábitos. Os pensamentos sabotadores são acionados naquelas situações que representam um perigo para as decisões tomadas racionalmente. Isso significa que, apesar de se perceber que escolhas precisam ser feitas e mudanças, implementadas, acaba-se repetindo os mesmos gestos, palavras e reações, o que leva à estagnação e impede avanços e conquistas. A partir da autoconsciência dos motivos que dificultam o enfrentamento e a superação das dificuldades em qualquer área (afetiva, profissional, social) é possível reescrever a própria história em outras bases e com outros resultados. Como conseguir isso? Aprendendo a reconhecer emoções como o medo (do desconhecido, de se arrepender, de sofrer), a desafiar a resistência a mudanças, que atrapalha a formação de novos hábitos, e a suportar a dúvida sobre o que fazer, como e quando, saindo da zona de conforto.
Então, se você está achando tudo cinza e sem graça, respire fundo, arregace as mangas e escolha uma vida que valha a pena ser vivida e lembrada. Só depende de você.


Crônica do Amor, por Martha Medeiros

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.”


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

RELACIONAMENTOS (Arnaldo Jabor)

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah,terminei o namoro...
- 'Nossa,quanto tempo?'
... - 'Cinco anos... Mas não deu certo...acabou'
- É não deu...?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico; que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate... se joga... se não bate...mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria compania?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte.
Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?
FATO !



As fobias são, precisamente, maneiras de se proteger contra a angústia

Por Mariana Anconi
A questão das (psico)patologias na contemporaneidade envolve aspectos muito mais complexos que a própria subjetividade humana em si, neste caso, abrange sintomas produzidos socialmente, condizentes com dilemas atuais vividos na sociedade, principalmente relacionados ao corpo e imagem. As subjetividades contemporâneas caracterizam-se pelo apagamento da alteridade, reduzindo o homem à dimensão da imagem.
As formas de padecimento não são inéditas, mas integram e denotam ideais predominantes na contemporaneidade: a exaltação sem medida de si mesmo e da existência como imagem estética. No consultório, é cada vez mais frequente queixas de pacientes relacionadas a dificuldade em atender os padrões exigidos/impostos na sociedade, tendo como efeito crises de ansiedade e/ou angústia, em outros casos, desencadeando a sintomatologia do pânico, por exemplo, considerada uma das expressões do mal estar na atualidade.
Deve-se considerar a estreita relação da angústia com as fobias. Nelas, o sujeito tenta de todas as formas se livrar da angústia ligando-a a uma situação ou objeto específico que passa a ser evitado sempre que possível. As fobias são, precisamente, maneiras de se proteger contra a angústia. Parece algo contraditório, mas para o psiquismo é melhor temer algo que se sabe (medo de altura, por exemplo), para poder evitá-lo, do que não saber e não poder se defender.
O ponto chave dessa questão é: A angústia indica uma forma de medo generalizado, sem um objeto específico, sem nome, indefinido. Assim, desenvolvendo uma fobia, o medo torna-se localizável e é possível ao sujeito tentar evitá-lo afastando-se do objeto temido. Na clínica: pacientes nos procuram angustiados, mas não sabem por qual motivo, não fazem ideia do que os angustia. Quando têm ataques de pânico, não sabem porque motivo ficam assim ou o que desencadeia a crise.
Antes de priorizarmos a importância do trabalho da escuta analítica, há de se cautela para algumas vertentes “biologizantes” do discurso psiquiátrico que não reconhecem essas patologias para dotá-las de uma escuta do sujeito – muito ao contrário, com o apoio crescente da indústria psicofarmacológica – trata-se de tentar apagá-las, ignorando o fato de que a angústia é parte daquilo que faz o homem propriamente humano.
Não se trata aqui de uma crítica a psiquiatria em geral, pois é inegável o benefício dos medicamentos na vida destes pacientes, na medida em que amenizam os sintomas que chegam a ser terríveis, desesperadores e por vezes incapacitantes, como uma pessoa quando não consegue sair de casa para trabalhar por medo; mas é fundamental que o paciente não deposite apenas no remédio a reorganização de sua vida, pois a medicação em si apaga o sintoma, mas não promove transformação do sujeito.
No campo da escuta analítica, a psicanálise é a única que não evita a angústia, ela possibilita ao sujeito uma escuta que tem por efeito dar-lhe a chance de suportar sua angústia para, então, atravessá-la e chegar ao desejo. O atravessamento é diferente do evitamento, ele se dá no processo analítico, o paciente passa a se implicar no seu sofrimento, a se questionar sobre o que acontece com ele, a falar, a procurar dar sentido, a partir da sua história, ao que parece não ter sentido. Procura-se criar com o paciente condições para que ele possa subjetivar a condição de desamparo.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

VOCÊ VAI QUERER SER UM VELHO OU UM IDOSO?


O velho se entrega, o idoso se prepara.
IDOSO OU VELHO 
(Jorge R. do Nascimento.)
Idosa é uma pessoa que tem muita idade.
Velha é a pessoa que perdeu a jovialidade.
A idade causa degenerescência das células.
A velhice causa a degenerescência do espírito.
Por isso nem todo idoso é velho e há
velho que ainda nem chegou a ser idoso.
Você é idoso quando sonha.
É velho quando apenas dorme.
Você é idoso quando ainda aprende.
É velho quando já nem ensina.
Você é idoso quando pratica esportes,
ou de alguma outra forma se exercita.
É velho quando apenas descansa.
Você é idoso quando o dia de hoje
é o primeiro do resto de sua vida.
É velho quando todos os dias
parecem o último da longa jornada.
Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs.
É velho quando seu calendário só tem ontens.
O idoso é aquela pessoa que tem tido a felicidade
de viver uma longa vida produtiva,
de ter adquirido uma grande experiência.
Ele é uma ponte entre o passado e o presente, como o jovem é uma ponte entre o presente e o futuro.
E é no presente que os dois se encontram.
Velho é aquele que tem carregado o peso dos anos, que em vez de transmitir experiência às gerações vindouras, transmite pessimismo e desilusão.
Para ele, não existe ponte entre o passado e o presente, existe um fosso que o separa do presente pelo apego ao passado.
O idoso se renova a cada dia que começa.
O velho se acaba a cada noite que termina.
O idoso tem planos.
O velho tem saudades.
O idoso curte o que resta da vida.
O velho sofre o que o aproxima da morte.
O idoso se moderniza, dialoga com a juventude, procura compreender os novos tempos.
O velho se emperra no seu tempo, se fecha em sua ostra e recusa a modernidade.
O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e de esperanças. Para ele o tempo passa rápido,
mas a velhice nunca chega.
O velho cochila no vazio de sua vida e suas horas se arrastam destituídas de sentido.
As rugas do idoso são bonitas porque foram
marcadas pelo sorriso.
As rugas do velho são feias porque foram
vincadas pela amargura.
Em resumo, idoso e velho, são duas pessoas que até podem ter a mesma idade no cartório,
mas têm idade bem diferente no coração.
A vida, com suas fases de infância, juventude, madureza, é uma experiência constante.
Cada fase tem seu encanto, sua doçura,
suas descobertas.
Sábio é aquele que desfruta de cada uma das fases em plenitude, extraindo dela o melhor.
Somente assim, na soma das experiências e
oportunidades, ao final dos seus anos guardará a jovialidade de um homem sábio.
Se você é idoso,
guarde a esperança de nunca ficar velho.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015


Quando as dores da alma se transformam nas dores do corpo, nem mesmo a medicina, hoje em dia já tão avançada, é capaz de explicar suas causas e origens.
Ao sentirmos dores no corpo, em geral, temos o hábito de deixar para lá ou nos automedicar, não dando muita importância aos motivos que levaram aquela dor a aparecer. Mas, às vezes essa dor vem de tal forma insistente que não nos deixa alternativa a não ser recorrer aos médicos em busca de uma solução. No entanto, há muitos casos onde a medicina não consegue solucionar esse problema, foge ao seu alcance a cura e nos tornamos dependentes de remédios que aliviam nosso sofrimento, mas não o finalizam.
Onde existe dor é preciso estar atento ao fato de que é provável localizar ai algum distúrbio de sentimentos e padrões comportamentais. Não é uma regra, mas muitas vezes a dor surge como um pedido de socorro. Quando estamos adentrando por um caminho que não será produtivo para nós, ou nos encontramos em uma condição de pensamentos que nos envenenam a alma, a dor aparece como uma tentativa da vida de nos resgatar, nos obrigando a parar tudo e focar em nós mesmos.
Outra condição que é bastante interessante de ser analisada é o fato de que a dor nos torna mais frágil, e essa fragilidade algumas vezes é positiva para nos reaproximar com pessoas, amigos, amores, familiares, com os quais estávamos travando uma batalha. Quando a dor surge na forma de uma doença, é muito válido observar como a trégua se faz entre as pessoas, todos os motivos que antes eram o bastante para gerar conflitos perdem a força e as pessoas se unem, se solidarizam pelo bem estar e recuperação daquele que agora precisa de carinho e atenção.
Perceba que essa dor, que normalmente surge na hora menos apropriada, nos aflige e nos faz sofrer (não somente a nós mais também aqueles que nos amam) é também uma semente de esperança, pois nos obriga a sair de nossa zona de conforto nos fazendo encarar nossos medos, reavaliar sentimentos e reajustar relacionamentos. Voltando-nos, dessa forma, para dentro de nós mesmos nos coloca frente a frente com os reais valores e significados que a vida deveria ter.
Quantas pessoas descobrem a sua força somente quando são forçadas a serem fortes; Quantas pessoas ultrapassam seus limites quando se veem obrigadas a arriscar e ir além de suas próprias crenças; Quantos de nós nos surpreendemos com o amor ou a dedicação de alguém justamente quando pensamos que não haveria ninguém ao nosso lado. São sementes de esperança que germinam diante da dor nos provando uma vez mais que a vida tem seus próprios meios de nos fazer caminhar.
A dor é um convite à renovação, é um apelo da vida para nos mostrar que alguma coisa está fora do eixo, sendo necessário voltarmos nossos olhos para dentro de nós mesmos e para tudo que nos cerca de forma que possamos perceber o que precisa e pode ser realinhado. Quando não sabemos exteriorizar nossos conflitos internos corretamente acabamos por refletir isso em nosso corpo, armazenando tensões que resultam em dor e sofrimento. Somente o balanço correto entre nossos sentimentos e a realidade a nossa volta, será capaz de liberar o nosso corpo do sofrimento que é imposto pela nossa alma.
Se a visita da dor bate a sua porta antes de indagar “Por quê?” pergunte a si mesmo “Para que?”, a resposta a essa pergunta te indicará o melhor caminho para o reequilíbrio interior tornando-te apto e enfrentar as lutas diárias com mais serenidade e confiança. Quando descobrimos de onde a dor vem aprendemos para onde ela vai.
(Maisa Baria)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

CASAR E MORAR JUNTO (Leia com atenção)


Casar e morar junto são duas coisas completamente diferentes.
Não tem nada a ver com seu status no cartório.
Tem a ver com entrega.
Você pode casar com todas as honras.
Dar uma festa linda.
Gastar os tubos na Lua de Mel.
Se mudar com o marido para um apartamento lindo. pronto. decorado. cheio de almofadas em cima da cama…
Vocês podem ter se casado – mas vão demorar muito pra saber o que é morar junto.
Acho que existem casais que se casam com pompas, e nunca talvez tenham realmente morado juntos.
Morar junto é saber dividir.
Saber cobrar. Saber ceder. Saber doar.
Morar junto é dividir as contas e as almas.
Morar junto é ter um pilha de louça pra lavar, depois de um dia terrível de 10 horas de trabalho.
E o outro cantar com você para que, em um karaokê com detergente, o trabalho se torne divertido.
Morar junto é ter que assistir Homem Aranha no Telecine Action, e se esforçar para achar legal.
Morar junto é tomar banho junto.
Transformar o chuveiro em uma cachoeira. (e o banheiro em um barco) Morar junto é ouvir onde dói no outro.
Do que ele sente medo. Onde ele é criança.
O que o deixa frágil.
Morar junto é poder chorar sem parar. E ser ouvida. E cuidada.
Mas é também rir. E achar graça em alguma coisa, quando o outro está pra baixo.
Morar junto é fazer contabilidade de frustrações, e saber quando não colocar na conta do outro.
Morar junto é demorar para levantar.
Morar junto não precisa de uma casa, e sim de um espaço.
Quem mora junto geralmente é solidário.
Casar não. Qualquer um casa.
Pra casar basta assinatura e champanhe.
Casar leva umas horas. Morar junto leva tempo.
O tempo todo.
Quando moramos juntos vemos o cabelo dele crescer e ela cortar uma franja.
Quando moramos juntos viramos adultos aos pouquinhos, dando um adeus doído ao adolescente que éramos.
Quando moramos junto mudamos junto.
E o outro vira um outro diferente com os anos.
E nós vamos aprendendo a amar aquela nova pessoa, todo dia.
Até o dia que, talvez, deixemos de morar juntos.
^^

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida

Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida...

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito:
"Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".
No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:
- Quem será que estava atrapalhando o meu progresso ?
- Ainda bem que esse infeliz morreu !
Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas. Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.
A pergunta ecoava na mente de todos: "Quem está nesse caixão"?
No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo... Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: VOCÊ MESMO! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. "SUA VIDA NÃO MUDA QUANDO SEU CHEFE MUDA, QUANDO SUA EMPRESA MUDA, QUANDO SEUS PAIS MUDAM, QUANDO SEU(SUA) NAMORADO(A) MUDA. SUA VIDA MUDA... QUANDO VOCÊ MUDA! VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL POR ELA."
O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda".

Autor: Luis Fernando Veríssimo

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Quando as emoções constroem novos caminhos

Quando as emoções constroem novos caminhos
Sempre existe em cada um de nós uma palavra não dita, um sentimento inconfesso e reprimido, um desejo implícito que quer ter vida. O nosso eu interno precisa de ar. Precisa respirar um pouco aqui fora, no mundo onde talvez ele possa ser compreendido e amado. Mas no cotidiano das urgências e dos prazos, onde o Ter impera e o Ser vai perdendo mais e mais status, já não há muito espaço para a expressão do sentir. E, se poucos são aqueles que param para ponderar acerca das próprias emoções e desejos, quem teria, nos dias de hoje, tempo e interesse de ouvir o desabafo do outro?
Na tentativa de sublimar os seus conflitos internos, os poetas versejam o que punge, os pintores delineiam as emoções em traços e tons, os escultores se esmeram em dar expressão concreta aos abstratos da alma, os músicos dão som aos ais e às alegrias mais profundas. Mas, e aqueles que não se inclinam às artes? A estas, que correspondem à esmagadora maioria de nós, resta a velha terapêutica da amizade: o desabafo.
Desabafar é fazer fluir a palavra para dar vazão a uma emoção afogada em nossa represa interior. A dor pode deslizar nas ondas das frases, a alegria pode transbordar dos verbos e dos substantivos mais delicados… O desejo, a frustração, tudo muda quando dito, quando confessado. A emoção recebe rajadas de luz. Mas poucos, infelizmente, são aqueles que, hoje, ao apregoarem ou até jurarem uma sincera amizade, emprestam seus ouvidos ao outro.
Penso que talvez a maioria de nós não perceba que quem desabafa não quer conselho. Não quer norte. Não quer reprimenda ou aplauso. Só quer saber que outro humano se importa. Que outro humano é capaz ouvir e talvez dimensionar a sua dor. Quer sentir que no mundo há outros que também sentem e que compreendem os seus vazios, ou as suas falsas plenitudes.
Talvez o que temamos seja ver no outro a nossa dor espelhada a que há muito não notamos, e que está abafada, aturdida, asfixiada pela pressa cotidiana, mas que, em silêncio, sangra. Talvez o que tenhamos, de fato, seja o medo de constatar a imensa humanidade que ainda resta em nós, embora nos cerquemos de máquinas e números e metas concretas.
Não ouvir, não querer ler no outro as linhas mais significativas do seu íntimo é prova incontestável de que a amizade inexiste. A amizade consiste na delicadeza do “estar disponível” para sentir o outro. Ela é o exercício da empatia.
Aquele que é incapaz de ouvir, por mais bem-sucedido que seja no mundo dos fatos, é ainda indigente nos terrenos da alma. É estrangeiro no solo da afeição. E nem percebe que, de tanto omitir-se de ouvir, a sua alma emudece e se esquece, um tanto mais e a cada dia, do existir.
Por Nara Rúbia Ribeiro

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Possibilidades de melhorar a convivência

Tendemos a entender e a crer que sabemos fazer escolhas. Nem sempre nossas vontades são o que há de melhor para nós mesmos. Embora possa ser interessante a opção de quem resolve ficar em seu próprio mundo, talvez valha a pena ser reservar um espaço para reflexão sobre como nos comportamos no círculo de amizades e o que poderíamos fazer de diferente para entendermos melhor o outro e sermos mais bem compreendidos.
Assim, para quem desejar dedicar algum tempo para esse propósito, talvez seja o caso de dar uma pausa para analisar a viabilidade de promover alguns ajustes em seu jeito de ser e de se comunicar, podendo, quem sabe, ser possível:
  • Compartilhar mais vezes seus conhecimentos, experiências, dons e habilidades, abrindo espaço para reflexões, incentivando o despertar de vocações, talentos, lideranças, tendo humildade para analisar os questionamentos e críticas, além de certa flexibilidade para se reposicionar.
  • Sair da zona da neutralidade e fazer o que tiver ao seu alcance para esclarecer os mal-entendidos e trazer clareza à situação, quando se mostra desejável um posicionamento seu, pela sensibilidade que tem e pelo conhecimento do assunto e pelos seus vínculos com os envolvidos.
  • Dosar o limite de insistência, em termos de tentativa de persuadir alguém, respeitando o estágio de evolução e as conveniências dele: “Você pode levar um cavalo às margens do rio, mas não consegue obrigá-lo a beber água”. Isto, porém, não o livra de procurar, com tato, esgotar as alternativas ao alcance.
  • Assimilar que não lhe cabe tripudiar, nem tirar proveito de quem está em desvantagem. Deixar uma saída honrosa para o vencido, permitindo que cada um se manifeste como sabe e quer: ajuda muito aceitar que o choro é livre e a reação alheia, dependendo da situação, merece ser vista apenas um problema alheio.
  • Se entender que deve exercer controles, que o sejam de suas suscetibilidades e imposições: é uma bela maneira de ser melhor para si mesmo e de exercitar a humildade. Nem tudo o que dirigem à sua pessoa está revestido de ofensa, má intenção, inveja, entendendo que a comunicação é complexa demais para ser vista ao pé da letra.
  • Não fazer agressões fortuitas, com rancor, ódio para, minutos depois, se arrepender do que disse ou fez. Controlar-se nos desentendimentos e manifestações radicais: de preferência, nas relações, nunca corte o que puder desatar.
  • Ter mais vezes a inocência de crer com mais frequência nas boas intenções dos outros, principalmente os que estão mais próximos, que desfrutam da sua intimidade e gozam da sua confiança.
  • Elogiar sempre que surgir uma boa oportunidade: quem sabe fazer isso e reconhecer o mérito do outro desenvolve controle de vaidades,reconhecendo o mérito do outro. Será enxergado com mais afeto e sua conduta poderá servir de inspiração. Terá suas críticas aceitas com mais naturalidade: quem sabe elogiar tem mais direito de criticar.
  • Estender seu olhar para breves frases que parecem irrelevantes bordões e que podem encerrar oportunidades de interessantes repensares: “ser humilde, sem ser servil”“ser simples, sem ser simplório”; “ser reflexivo, sem ser lacônico” ; “ser conciso, sem ser incompleto”.
  • Cuidar para desenvolver mecanismos para aceitar com a possível naturalidade as discordâncias às suas opiniões e posturas. Cabe-lhe ponderar que até as suas sólidas convicções podem gerar questionamentos: ao permitir livremente essas manifestações terá oportunidades interessantes de reflexão e de aprimoramento.
E, finalmente, mas não menos importante:
  • Voltar suas atenções para a gentileza e a generosidade quando fizer críticas, escolhendo as palavras adequadas e o melhor momento para fazê-las: é uma oportunidade para evitar comentários furtivos, maledicências, prejulgamentos que são preconceituosos. Nas coisas em que tem agido de maneira diferente e não tem gostado do resultado, há uma oportunidade de mudanças: poderá, quem sabe, sentir-se mais leve e um pouco mais bem resolvido: todos agradecerão.

Lições que o tempo e a poesia me ensinaram

1– Na vida, conta o que sonhamos ser, não o que somos. É o sonho que nos aponta o horizonte da existência.
2  – Os ponteiros da vida têm outro ritmo e não adianta apressar o passo.  O caminhar importa mais que a chegada, desde que se aprecie a paisagem.
3 – Nada importa se um coração foi moído e sangrado de amor. Ele se fará sempre mais e mais forte, pois um coração nunca morre de amar.
4 – Um amigo é a bondade que se faz carne, mas é humano.  Ele pode e vai falhar vez ou outra.
5 – O  infinito é quando me  acaricia uma  brisa ou quando uma borboleta me acode a emoção. E se o céu é meu, posso dispensar o ouro e a prata, se eu assim o quiser.
6 – Não importa o tamanho da minha luz, ela adquiriu o direito de brilhar após vencer  a escuridão do meu peito.
7 – A maldade humana se faz minha, sempre que não consigo amar aquele que não é bom.
8 – Nenhuma prisão é maior que a gaiola da ignorância em que nos fechamos a nós mesmos sob a fachada da religião.
9 – A liberdade é uma asa com lâminas em lugar de penas; e voar é ferir-se.
10 – A miséria humana  tem peso de ouro e adorna o pescoço do egoísmo de  uns poucos .
11 – É a poesia infinita que permeia a alma do mundo. Temos presságios de eternidade e alumbramentos de esperança.