sábado, 30 de março de 2013

A lição de conviver
Senão de sobreviver
No mundo feroz dos homens
Me ensina que não convém
Permitir que o tempo injusto
E a vida iníqua me impeçam
De dormir tranquilamente
... Pois sucede que não durmo
Frente à verdade ferida
Pelos guardiães da injustiça
Ao escárnio da opulência
E o poderio dourado
Cujo esplendor se alimenta
Da fome dos humilhados
O melhor é acostumar-se
O mundo foi sempre assim
Contudo, não me acostumo
A lição persiste sábia
Convém cabeça, cuidado
Que as engrenagens esmagam
O sonho que não se submete
E que a razão prevaleça
Vigilante e não conceda
Espaços para a emoção
Perante a vida ofendida
Não vale a indignação
Complexas são as causas
Do desamparo do povo
Mas não aprendo a lição
Concedo que me comovo.

 

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